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Estado de Minas

PBH diz que só conversa com manifestantes depois da desocupação da Câmara

Depois de marcar encontro com prefeito, recusado por ativistas sob argumento de que acordo foi descumprido, prefeitura exige liberação da Casa para agendar nova reunião


postado em 02/07/2013 06:00 / atualizado em 02/07/2013 06:40

Comissão organizada pelos manifestantes levou ontem aos vereadores pauta de 10 reivindicações para melhorar as condições dos acampados(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press.)
Comissão organizada pelos manifestantes levou ontem aos vereadores pauta de 10 reivindicações para melhorar as condições dos acampados (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press.)

A desocupação da Câmara de Belo Horizonte foi colocada ontem pelo secretário municipal de Governo, Josué Valadão, como exigência para que haja audiência entre manifestantes e o prefeito Marcio Lacerda (PSB). "Nossa condição é que ao mesmo tempo em que fazemos a reunião, eles liberem a Câmara", ressaltou o secretário. A declaração foi feita depois que, segundo ele, manifestantes recusaram o convite da prefeitura de participar de encontro com Lacerda, às 16h30 de ontem, na sede da PBH. No entanto o grupo, acampado no Legislativo desde sábado, sustenta que não foi convidado oficialmente, que soube da reunião pela imprensa e que a equipe de comunicação do movimento foi barrada na entrevista coletiva do secretário. Argumenta ainda que acordo feito entre a Comissão de Negociação da Assembleia Popular Horizontal (organizada pelos ativistas), Josué Valadão e o diretor-presidente da BHtrans, Ramon Victor, na tarde de domingo, foi ignorado.

Por sua vez, Josué Valadão nega ter feito acordo com os manifestantes. "No domingo ajustamos que eu daria a eles um retorno sobre a possibilidade de agenda do prefeito", argumentou. Ele acrescenta que comunicou a um dos integrantes do movimento, por volta de 12h de ontem, sobre a possibilidade de reunião, e que levou o convite à Câmara às 14h. Valadão ressaltou que projeto de lei aprovado no sábado, que prevê desconto do ISSQN para o transporte público, o que reduz a passagem em R$ 0,05, "precisa da Câmara funcionando para tramitar". O secretário acrescentou que foram divulgados, a pedido do movimento, os contratos que regem a relação da prefeitura com os consórcios do transporte. Segundo ele, é preciso que os jovens estudem os documentos para um debate mais profundo.

Já os manifestantes, segundo nota divulgada ontem, afirmam que houve acordo para que o primeiro encontro entre o prefeito e o grupo não fosse realizado na segunda-feira, pois estava marcada para as 19h assembleia que definiria exatamente a delegação responsável por levar os encaminhamentos à prefeitura. O grupo, com 10 titulares e oito suplentes, foi escolhido, mas a discussão sobre a pauta de reivindicações entrou pela noite de ontem. Em relação à exigência de desocupação da Câmara feita pelo secretário, Matheus Cherem, representante da comissão de comunicação dos ativistas, afirmou: "Se a condição for essa, será o primeiro embate direto, porque a gente só sai daqui depois de conversar com o prefeito". Para ele, a reunião marcada ontem foi uma manobra na tentativa de esvaziar o movimento.


Desde sábado, centenas de pessoas estão acampadas na sede do Legislativo. O grupo pede, entre outras questões, a revogação do reajuste das passagens de dezembro, quando a tarifa passou de R$ 2,65 para R$ 2,80, e a abertura das planilhas de custo do sistema.

Reivindicações

Comissão organizada pelos manifestantes levou ontem aos vereadores pauta de 10 reivindicações para melhorar as condições dos acampados. O acesso ao plenário para realização de assembleia foi negado. Também foi recusado o uso do restaurante da Casa para lavar louças e cozinhar. A liberação da internet wireless foi aceita, assim como o reposicionamento dos seguranças do Legislativo, do Batalhão de Choque da Polícia Militar e das câmeras de segurança. A reivindicação é de que algumas câmeras ficassem direcionadas aos policiais.

Vereadores do PCdoB e do PT devem entrar hoje com ação direta de inconstitucionalidade exigindo a retirada do projeto que prevê a desoneração do ISSQN para as empresas reponsáveis pelo transporte público. Eles argumentam que os recursos arrecadados são destinados à educação e à saúde, por isso seria inconstitucional abrir mão dessa verba sem proposta de reposição. Por sua assessoria, a PBH informou que esse dinheiro vai para o caixa único e garantiu que as duas áreas citadas pelos parlamentares não serão atingidas.


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