A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) examina, na manhã desta terça-feira, vídeos que mostram cenas de depredação e atos de vandalismo durante os protestos que aconteceram em Belo Horizonte nos últimos dias para tentar identificar envolvidos nos crimes.
As imagens foram apresentadas na última sexta-feira pelo superintendente geral de Investigação e Polícia Judiciária da Polícia Civil, Jeferson Botelho, que participa da audiência que começou às 9h. Também estão na reunião o juiz de Direito Elexander Camargo Diniz, a juíza da Vara da Infância e da Juventude, Valéria Rodrigues, o desembargador Herbert Carneiro, o major da Polícia Militar, Gilmar Luciano, o tenente-coronel Alberto Luiz, chefe da comunicação da Polícia Militar, e o promotor Rodrigo Fonte Boa.
Segundo os parlamentares, as imagens vieram de diversas fontes, inclusive vídeos particulares. Elas mostram lançamento de coquetéis molotov contra a polícia, invasão de lojas e incêndios provocados por vândalos. Durante a reunião, a juíza Valéria Rodrigues informou que teve contato com pelo menos cinco menores que foram apreendidos durante os protestos, nenhum deles com passagens pela polícia, até então. Traçando um perfil, a magistrada mencionou que eles são de classe média baixa e não souberam explicar por que estavam na manifestação. Preocupada com o Mundial de 2014, a juíza alerta que, caso as autoridades não tracem uma estratégia de atuação, os atos de vandalismo podem ser piores que os registrados neste ano.
O superintendente Jefferson Botelho fez um balanço da atuação da Polícia Civil durante as manifestações em Belo Horizonte. Entre os dias 17 e 26 de junho, 141 pessoas foram detidas e conduzidas para delegacias em Belo Horizonte, sendo que 45 foram autuadas em flagrante. Foram feitas 80 identificações. Durante a investigação, estão sendo usadas imagens de vídeo e provas técnicas, como manchas de sangue. Após o período citado por Botelho, outros 30 casos suspeitos de vandalismo foram registrados. O superintendente também mencionou a possibilidade de atuação de um grupo extremista em Belo Horizonte, surgido na década de 1980 na Europa.