O custo de operação nas cidades mineiras que dão gratuidade geral no serviço é bancado pelas prefeiturasMas não é uma experiência que possa servir de exemplo a cidades de médio e grande porte, já que a maior população atendida entre as três cidades, menos de 50 mil pessoas, caberia dentro do Mineirão, na capitalE sobraria bastante espaço.
Quatro linhas percorrem Monte Carmelo, o maior entre as três cidades, com aproximadamente 45 mil habitantesO fato de não haver cobrança não é garantia de satisfação dos usuáriosTanto que o maior problema, explica Divino Batista Ramos, secretário de Obras e Transportes do município, é a depredação da frota de ônibus Ciferal Mercedes-Benz ano 1996, adquirida usada no Rio de Janeiro
“Nossos ônibus são antigos, mas muito bem cuidadosO grande entrave é que muitas pessoas depredam os veículos, o que acaba encarecendo bastante a operação”, diz o secretário, acrescentando que, devido à lotação nos horários de pico, a prefeitura planeja um espécie de plebiscito com a população para decidir se aumentará a oferta"Trabalhamos em faixas de horário das 11h às 14h, das 17h às 19h30 e das 22h à 00h30.” Para rodar de hora em hora, segundo o secretário seriam gastos 3% do orçamento do município
Demanda cresce
Em Abaeté, com cerca de 22 mil habitantes, o fato de muitas pessoas usarem o único ônibus que percorre a linha entre os bairros São João e São Pedro sem real necessidade incomoda quem realmente depende do serviço, afirma o diretor de Transportes da cidade, Daniel DayrrellNa avaliação do responsável pela manutenção dos dois coletivos de Abaeté – um ônibus Agrale ano 2007 e outro Mercedes-Benz, 1997, usado como reserva –, a demanda cresceu muito nos últimos anosA única linha é operada de segunda a sábado, das 5h45 à 19h“Mas é certo que muito em breve será necessário colocar um terceiro ônibus para rodar”, admite
Com pouco mais de 20 mil habitantes, Muzambinho conta com o benefício desde outubro de 2011As linhas funcionam de segunda a sexta-feira, nos horários de picoO prefeito Ivan de Freitas alega que, para manter o serviço, sacrifica o orçamento de outras áreasPrometendo continuidade, ele não descarta, contudo, uma cobrança no futuro“Vamos assegurar o transporte gratuito enquanto pudermos.”