Jornal Estado de Minas

Câmara de Divinópolis também é ocupada por manifestantes

Simone Lima
Trinta manifestantes ocupam desde a noite de segunda-feira a Câmara Municipal de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas
O grupo, formado por estudantes, sindicalistas e representantes de ONGs, diz que só sairá do local depois que reivindicações forem atendidasOs manifestantes, que contam barracas, colchões, microondas e internet wi-fi, fazem cinco exigênciasA primeira é a mudança de horário das reuniões ordináriasAtualmente, vereadores se reúnem sempre às 14hA proposta é passar a reunião para 19h, quando a maioria das pessoas já saiu do trabalho, o que permitiria maior participação popular


Outra reivindicação é a entrada em funcionamento da unidade de pronto atendimento (UPA) do Bairro Ponte Funda, inaugurada  em 5 de julho do ano passado e fechada após as eleiçõesEles exigem também a redução da tarifa do transporte público e a revisão do contrato de tratamento do esgoto feito com a CopasaO movimento quer ainda a revogação de lei municipal que dispõe sobre organização administrativa do municípioEssa determinação dá plenos poderes para o Executivo, que passou a adotar medidas como a criação de novos cargos sem precisar consultar o Legislativo.


A ação dos manifestantes começou na noite de segunda-feira, quando quatro jovens invadiram a Câmara e outras pessoas decidiram apoiá-losNesse primeiro dia, pelo menos 12 pessoas dormiram no segundo andar da Casa

Um dos organizadores da iniciativa, Leonardo Santos, diz que o objetivo é fazer um “movimento cultural”Ele conta que, pela manhã, os participantes da ação se uniram em “faxina na praça”“Limpamos toda a praça da Rua São Paulo e, durante o dia, vários artistas se apresentaram de frente à Câmara, com música e apresentaçõesQueremos chamar a atenção das pessoas através da cultura e da arte”, afirma.


O presidente da Câmara, Rodyson Kristinamurti, já se reuniu três vezes com os manifestantesEle explica que de todas as exigências apresentadas pelo movimento, apenas uma é de competência do Legislativo“Só podemos nos responsabilizar pela questão da mudança de horário na Câmara”, afirmaKristinamurti informa ainda que, para mudar o horário da reunião, será preciso fazer cálculos para saber ao certo como isso poderá afetar as finanças do Legislativo“Pedi aos manifestantes para fazermos esse estudoUma mudança de horário afetará todo o funcionamento da Casa”, dizA assessoria de imprensa da prefeitura de Divinópolis informou que o Executivo ainda não tem posicionamento sobre as reivindicações