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Estado de Minas

Estrangeiros que participarão de preparação para Jornada Mundial estão em BH


postado em 08/07/2013 06:00 / atualizado em 08/07/2013 06:58

Gustavo Werneck

(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A PRESS)
(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A PRESS)

Caravana de fé, força da juventude e entusiasmo para falar o idioma da fraternidade. Já estão em Belo Horizonte os primeiros peregrinos estrangeiros que vão participar, na capital, da Semana Missionária, de terça a domingo da próxima semana, evento preparatório da Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2013), presidida pelo papa Francisco no Rio de Janeiro (RJ), de 23 a 28 deste mês. Os 43 rapazes e moças de Porto Rico (43) e Peru (dois) foram acolhidos na Comunidade Missionária de Villaregia, no Bairro Betânia, na Região Oeste, e logo ficarão hospedados nas casas das famílias cadastradas na arquidiocese de BH.

Segundo o bispo auxiliar e coordenador da Comissão da Semana Missionária ou Pré-Jornada, dom João Justino de Medeiros, a cidade vai receber, no período, cerca de 5 mil jovens de 20 países – número bem menor do que o previsto. “O total de 30 mil nasceu do diálogo inicial entre o comitê organizador da JMJ e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mas depois passou para um terço disso e caiu pela metade. O problema maior está no alto preço das passagens aéreas para o Brasil, não havendo qualquer relação com as manifestações nas ruas”, explica o bispo.

Pela alegria e animação demonstradas pelos porto-riquenhos e peruanos, a Semana Missionária terá sucesso garantido. No sábado e ontem, ao lado de brasileiros e da direção da Villaregia, os peregrinos ajudaram a montar a estrutura de um forró no amplo espaço da Rua Canoas, no Betânia, perto da Igreja de São Sebastião. À frente estava o padre Valério D’Eliseo, que, ao lado de religiosos, cuida da paróquia e comanda a ampla unidade de vida comunitária, evangelização e promoção humana, composta de equipamentos como centro cultural e esportivo, salas para cursos e oficinas e espaço para acolhimento de 220 crianças e adolescentes, de 6 a 16 anos, em situação de carência. “É ótima oportunidade para que os estrangeiros conheçam outra realidade e ajudem nas obras sociais e culturais. Nesses dias, eles vão viver, trabalhar e rezar juntos”, diz o padre.

Os peregrinos limparam o terreno, cortaram bandeirinhas de papel e depois esticaram os cordões coloridos presos no alto do mastro central. No intervalo das tarefas, quando o som mecânico tocava alguma música da terra caribenha, entre elas a ritmada Que bonita bandeira!, alguns ensaiavam, em fila, danças típicas. A estudante de literatura Míriam Pagán, de 22 anos, contou que gosta do encontro de culturas. “Mesmo falando idiomas diferentes, não há o menor problema de comunicação entre nós”, disse a jovem.

Os irmãos Ana Maria Cortés, de 20, estudante de psicologia, e Ivan Gabriel, de 18, de contabilidade, destacaram a importância de compartilhar a Igreja. “A Semana Missionária e a JMJ vão evidenciar a experiência dos jovens. Que o Espírito Santo esteja conosco”, disse Ivan Gabriel, que visita o Brasil pela primeira vez. Para David Gonzáles Rivera, de 19, aluno de estudos organizacionais (administração), a “língua da fraternidade” vai permitir o entendimento e união dos jovens católicos.

Simpática, a peruana Maria Belém Pantoja, residente em Lima, falou da sua alegria por estar em BH. “Me sinto em casa, o momento é essencial para nossa formação espiritual”. Ajeitando as bandeirinhas, o missionário Alex Sandro, de 30, observou que “a diferença entre os povos não representa distância, mas seu maior tesouro. O amor é o elo”. No âmbito da arquidiocese, cerca de 2,5 mil famílias vão hospedar os peregrinos, havendo também paróquias, escolas e casas religiosas disponíveis. Moradora do Bairro Santa Inês, na Região Leste, a auxiliar de enfermagem Helena Gomes Resende disse que ela, o marido e as três filhas estão na expectativa para receber a visita de uma peregrina. “O quarto está pronto”, disse Helena.

Segundo padre Valério, os estrangeiros chegaram no dia 28 para ter uma “experiência missionária” antes da Pré-Jornada. Da mesma forma, outro grupo vai passar um mês em São Paulo (SP), em agosto. A comunidade, de origem italiana, está presente em BH desde 1985, sendo a primeira no mundo fora do país europeu, e tem unidades em Porto Rico, México, Moçambique, Costa do Marfim, Peru e Brasil (Minas e São Paulo). A comunidade vai ao Rio com 300 integrantes, pois vão se juntar ainda outros jovens peruanos, italianos, paulistas e residentes em Itabira, na Região Central de Minas.


Enquanto isso...
...Símbolos já no Brasil

A Cruz Peregrina e o ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude, já estão no Rio de Janeiro. As peças sacras chegaram na manhã de sábado à Igreja de São José, em Santa Cruz, na Zona Oeste, e seguiram em procissão até o Batalhão de Engenharia do Exército, onde houve cerimônia de boas-vindas e bênção dada pelo arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta. Na sequência, houve carreata em direção à Catedral Metropolitana, no Centro. Em sua 28ª edição, a JMJ ocorre a cada dois ou três anos, convocada pelo papa e em cidade indicada por ele. Trata-se do maior evento da Igreja em congregação de jovens e tem sempre a presença do pontífice. A história começou em 1984, quando João Paulo II (1920-2005), em celebração na Praça de São Pedro, no Vaticano, entregou aos jovens a cruz que se tornaria um dos principais símbolos da jornada. O papa pediu aos católicos que enviassem a cruz, que ficou conhecida como Cruz da Jornada, a diversas partes do mundo.


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