Jornal Estado de Minas

Após reunião, manifestantes concordam em desocupar Câmara de Divinópolis

Barracas e cartazes foram mantidos no prédio do Legislativo

Simone Lima

Assim como na capital, manifestantes ocuparam a Câmara da cidade para pressionar o Legislativo - Foto: NANDO OLIVEIRA/ESP EM/D.A PRESS

 

Uma semana depois da ocupação da Câmara Municipal de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, o Ministério Público (MP) decidiu intervir na causa e convocou, na tarde desta segunda-feira, uma reunião entre o Legislativo e os manifestantesDurante 4 horas eles discutiram e tentaram buscar um acordo para a lista de reivindicações apresentadas pelo movimentoNesse encontro, os manifestantes concordaram em deixar o prédio do LegislativoNo entanto, cartazes e barracas serão mantidos na Casa, até que se chegue a uma solução.

Os manifestantes fazem cinco exigências: a primeira é a mudança de horário das reuniões ordinárias, que passariam das 14h para as 19hAlém disso, o movimento quer a entrada em funcionamento da unidade de pronto atendimento (UPA) do Bairro Ponte Funda; redução da tarifa do transporte público; revisão do contrato de tratamento do esgoto feito com a Copasa e a revogação de lei municipal 7.676, que dá plenos poderes para o Executivo agir sem precisar consultar o Legislativo.

Na reunião, os vereadores foram recebidos com vaias pelos manifestantes, que lotaram o plenárioUma das presenças mais esperadas era a do presidente da Casa, Rodyson Kristnamurti Porém , ele foi o único parlamentar que não compareceu à reuniãoHá cerca de uma semana, o presidente havia afirmado que, antes de mudar o horário das reuniões, era preciso fazer um estudo sobre o impacto financeiroEle pediu um prazo para que essa pesquisa ficasse prontaNo entanto, antes disso ocorrer, o parlamentar acionou a justiça, exigindo a retirada imediata dos manifestantes da CâmaraO movimento se recusou a sair e, em meio a confusão, foi preciso o MP intervir para que os dois lados sejam ouvidos e uma solução para o empasse seja encontrada



Os ânimos estavam exaltados durante toda reuniãoUm dos momentos mais polêmicos foi quando o vereador Anderson Saleme afirmou que, no ano passado, quando ele era presidente da Casa, um estudo sobre a viabilidade financeira para uma possível mudança de horário das reuniões, havia sido apresentada ao Legislativo“Não sei falar ao certo onde esse estudo está agoraProvavelmente arquivado”, disse.

Agora, os parlamentares querem um tempo para fazer uma nova analise financeira, mais atualizadaEsse estudo deve ser apresentado na sexta-feiraSegundo o promotor, Sérgio Gildim, outras reuniões serão marcadas daqui pra frente“Na minha opinião, o movimento não pode desmotivarEles levantaram questões importantes para o municípioHoje nós assinamos um Termo de Compromisso com a Câmara e os manifestantes vão sair da Casa, mas vão deixar o símbolo da causa no prédio do LegislativoBarracas e cartazes vão continuar”, diz


Um dos líderes do movimento, Leonardo Santos, garante que a manifestação não vai perder força“Vamos deixar os símbolos da ocupação dentro da CâmaraEstamos acreditando na palavra da maioria dos vereadores, que afirmaram ser a favor da mudança de horárioMas, se eles não cumprirem a palavra deles, nós não cumpriremos a nossa”, ameaça
Logo após a reunião como Legislativo, o MP e os manifestantes se reuniram com o Executivo para definir como as outras quatro reivindicações seriam atendidasA princípio, a proposta é que se marque Audiências Públicas para discutir os temas com a comunidadeOutras reuniões para tratar dessas questões serão realizadas ao longo da semana.