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Estado de Minas

Rodoanel estima pedágio de até R$ 7

Para atrair o interesse privado, governo fixa em até R$ 7 valor de cobrança em contorno metropolitano, incluído entre sete propostas que governo de Minas levará hoje a Brasília


postado em 09/07/2013 06:00 / atualizado em 09/07/2013 07:03

 

Mesmo ainda sem projeto concluído ou verba assegurada, o contorno norte do Rodoanel metropolitano já tem estimativa de pedágio de R$ 3 a R$ 7, segundo calculado nas consultas públicas feitas pela Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop). Pelo menos cinco empresas estariam interessadas na parceria público-privada (PPP), numa obra que seria dividida em três etapas e contaria com oito acessos, informou ontem o secretário da pasta, Carlos Melles. “Se o usuário percorrer um pequeno trecho vai pagar R$ 3. Se precisar de atravessar todo o contorno norte, vai desembolsar mais R$ 7 na saída da rodovia”, disse Melles. Ao todo, a alça tem 67,5 quilômetros e passará por Sabará, Santa Luzia, Vespasiano, São José da Lapa, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Contagem e Betim, como alternativa ao Anel Rodoviário.

A obra é uma das sete que serão pleiteadas por uma comitiva mineira capitaneada pelo vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP) e o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), que tem encontro com a ministra do Planejamento, Mirian Belchior, às 9h30 de hoje. O grupo está de olho na verba de R$ 50 bilhões que a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou depois das manifestações que se alastraram pelo país, para investir no setor de mobilidade a partir deste ano. O pacote de reivindicações mineiras soma R$ 11,153 bilhões, o equivaleria a quase um quarto da verba anunciada pela presidente.

Intervenções

O Rodoanel Norte é a intervenção mais cara, orçada em R$ 4,05 bilhões. Serão cobrados também a revitalização do Anel Rodoviário (R$ 1,7 bilhão), a expansão do metrô (R$ 2,97 bilhões), a pavimentação das vias de BRT metropolitano (R$ 150 milhões), a concessão do ramal ferroviário de Betim a BH para passageiros (R$ 900 milhões), os contornos viários de Ribeirão das Neves, Lagoa Santa e Santa Luzia (R$ 1,136 bilhão) e a construção de travessias elevadas e subterrâneas na Avenida Cristiano Machado (R$ 247 milhões). “O projeto do Rodoanel será algo fantástico para a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Uma das grandes inovações será a cobrança da tarifa do pedágio. O que mais demonstra o potencial do projeto é justamente o interesse de cinco empresas no projeto”, destaca Melles.

Três dessas intervenções foram prometidas pelo governo federal e não saíram do papel. São a revitalização do Anel Rodoviário, a ampliação do sistema de metrô de BH e a abertura do trecho norte do Rodoanel. Outras, como a utilização dos ramais ferroviários para transportar passageiros e a ampliação das linhas de metrô na capital mineira, são opções de mobilidade que têm sido pedidas desde a década de 1980. “Essas são obras que têm mais de 30 anos de atraso. Veja, assim, como se fazem necessárias desde aquele tempo e quanto se sofreu pela falta de infraestrutura em Minas Gerais por esse motivo”, destaca o professor de transporte e trânsito Márcio Aguiar, da Universidade Fumec, mestre em engenharia de transportes, .

De fora

Ainda assim não estão inclusas as cobranças por projetos de igual importância como a duplicação da BR-381, a Rodovia da Morte; utilização de ramais de trem para transporte de passageiros entre Divinópolis e Sete Lagoas e entre BH e Brumadinho; e a construção das alças sul e leste do Rodoanel.

A reunião entre a comitiva mineira e a ministra ocorre depois de representantes de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia terem sido recebidos ontem. Após ouvir os representantes de Minas Gerais, será a vez de a ministra se encontrar com autoridades do Ceará, Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco.

O Ministério do Planejamento informa que as demandas para Minas Gerais não foram adiantadas e não são negociadas em paralelo, por isso ainda não há como especificar ainda se há viabilidade para que parte da verba de R$ 50 bilhões seja usada nos sete projetos destacados.

(foto: ARTE EM)
(foto: ARTE EM)
Obras previstas há mais de 20 anos

Apesar dos anúncios e da disposição do Ministério do Planejamento em receber comitivas dos estados, o professor de transporte e trânsito Márcio Aguiar, da Universidade Fumec, e mestre em engenharia de transportes,  diz não acreditar que desta vez as verbas sairão. “No caso do Rodoanel Norte, participei da sua concepção. Quando fui secretário de Transportes em Contagem, em 1999, cheguei a encaminhar a desapropriação da área de domínio da via, mas desde então rigorosamente nada caminhou no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes)”, afirma. Cálculos iniciais mostram que o contorno Norte poderia remover até 15% do tráfego de veículos de carga que transitam pelo Anel Rodoviário, sem alterar, contudo, o deslocamento desse tipo de transporte no sentido Contagem/Betim/BH, que continuaria a percorrer a via.

O atraso acumulado dos três trechos do Rodoanel metropolitano é de cerca de 20 anos. Pelos últimos entendimentos entre o Dnit e a Setop, o trecho norte seria tocado pelo governo de Minas, que o concederia em sistema de PPP. O projeto do trecho sul, que ligará Betim a Nova Lima num segmento de 35 quilômetros, por R$ 500 milhões, ficaria a cargo do Dnit. O departamento federal e a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) se comprometeram com o projeto da alça leste, de Nova Lima a Sabará, que tem extensão de 22 quilômetros e custo estimado em R$ 700 milhões.

Para o especialista, das intervenções levadas a Brasília, a revitalização do Anel Rodoviário é a mais urgente das obras, devido ao grande número de acidentes que ocorrem todos os anos na estrada. “Pelo menos a parte mais pesada do tráfego seria aliviada, mas tem de ter dinheiro para isso”, disse Aguiar.

O início das obras do metrô é outra questão urgente, mas não por questões de segurança. “Se não começa, a obra fica sujeita a mais adiamentos. Tinha então de começar, até para haver mais cobranças do povo e da imprensa. Principalmente a parte subterrânea, que é mais cara e demorada”, afirma. Uma das soluções propostas por ele seria a implantação de um monotrilho.

A reportagem entrou em contato com o Dnit para saber se há empenho nas demandas que envolvem o órgão, como o Anel, o Rodoanel e a BR-381, mas o os servidores estão em greve. A situação pode levar a mais um atraso na licitação de duplicação da Rodovia da Morte, cujas propostas das empresas participantes ainda são analisadas financeira e tecnicamente.


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