A Polícia Civil já indiciou 22 envolvidos em saques a concessionárias de veículos e uma loja de motocicletas na Avenida Presidente Antônio Carlos, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, segundo informações do Ministério Público (MP) estadual. Os crimes foram cometidos durante manifestações no mês passado, quando Belo Horizonte recebeu três jogos da Copa das Confederações. O MP deve receber os inquéritos ainda nesta semana, prevê o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminais, Marcelo Mattar.
Se concordar com as conclusões da polícia, o MP poderá denunciar os acusados à Justiça. Os saques ocorreram em meio a conflitos entre manifestantes e a Polícia Militar, especialmente nas proximidades do cruzamento das avenidas Antônio Carlos e Abrahão Caram, na Pampulha. Além disso, o MP, segundo sua assessoria de imprensa, já recebeu os autos feitos pela Polícia Civil de 45 prisões em flagrante realizadas durante os protestos. Em cerca de 20 desses casos, a promotoria pediu a prisão preventiva dos envolvidos, mas os pedidos ainda não foram analisados pela Justiça.
Os embates mais violentos entre manifestantes e policiais ocorreram em 17, 22 e 26 de junho, quando foram realizados os jogos da competição no Mineirão. No primeiro deles, o conflito começou ainda na Antônio Carlos, enquanto nos outros se iniciou na Abrahão Caram, perto da barreira feita pela PM e pela Guarda Nacional de Segurança. Nas três vezes, vândalos atacaram concessionárias, agências bancárias e outros estabelecimentos comerciais, além de danificarem ou destruírem bens públicos. No último confronto, o jovem Douglas Henrique de Oliveira Souza, de 21 anos, morreu ao cair do Viaduto José Alencar.
Prejuízos
As concessionárias depredadas ou saqueadas durante as manifestações avaliaram os prejuízos em R$ 16 milhões, de acordo com o Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais. Em reunião ocorrida ontem, os concessionários afetados decidiram mover ação na Justiça pedindo ressarcimento de todos os danos, caso o governo estadual não apresente uma proposta satisfatória de reparação. “O governo convocou uma reunião para quarta-feira da próxima semana. Queremos saber o que eles vão sugerir”, afirmou o diretor-executivo do sindicato, Carlos Barreto.