Pedro Ferreira
Mais um dos oito envolvidos no caso conhecido como Bando da Degola vai a julgamento hoje. O réu, o estudante de direito Arlindo Soares Lobo, é acusado com mais sete pessoas de manter em cárcere privado e matar os empresários Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, que levou 20 facadas, e Rayder Santos Rodrigues, de 39, que foi estrangulado. Os crimes foram em 7 e 9 de abril de 2010, em um apartamento no Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Para dificultar a identificação, o grupo decapitou e retirou os dedos das vítimas, que foram enroladas em lonas plásticas e queimadas numa estrada de terra de Nova Lima, região metropolitana. As cabeças e os dedos não foram encontrados. O julgamento de Arlindo começa às 8h30, no 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte. O juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes vai ouvir quatro testemunhas.
RECURSO Os processos de cinco dos acusados foram encaminhados ao Tribunal de Justiça de Minas para julgamento de recursos contra a sentença de pronúncia (que os manda a julgamento pelo tribunal do júri). O julgamento de Frederico Flores, apontado como o líder do bando, está marcado para 12 de dezembro.
De acordo com o processo, Frederico ficou sabendo pelo advogado Luís Astolfo Sales Bueno que os empresários Rayder e Fabiano estariam envolvidos em estelionato e lavagem de dinheiro para camuflar atividades de contrabando. Eles mantinham várias contas bancárias com documentos falsos e movimentavam grandes quantias em dinheiro. Adrian Gabriel Grigorcea, sogro de Rayder, confirmou tudo.
Consta nos autos que Frederico Flores planejou sequestrar e extorquir dinheiro das vítimas para depois matá-las. Em seguida, sequestraria um homem, conhecido como Marcinho, verdadeiro dono das quantias movimentas pelos empresários. Também são réus no processo a médica Gabriela Corrêa Ferreira da Costa, o pastor evangélico Sidney Eduardo Beijamin e os policiais militares Renato Mozer e André Luiz Bartolomeu da Silva.