Flávia Ayer
Uma ação contra o uso de cerol em pipas recolheu, na manhã de domingo, mais de 40 latas de linha em menos de quatro horas no Parque Ecológico da Pampulha. Com o início das férias escolares e o clima favorável à diversão, a Fundação Zoo-Botânica, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros, Tribunal de Justiça e Juizado da Infância e da Juventude promoveram campanha educativa para combater a prática. A aplicação de qualquer material cortante em papagaios é proibida em Minas Gerais, de acordo com a Lei Estadual 14.349/02. Em caso de descumprimento, a multa é de, no mínimo R$ 100.
O presidente da Fundação Zoo-Botânica, Jorge Espeschit, explica que a inspeção das pipas e linhas é prática rotineira no parque, mas a força-tarefa ajuda a reforçar a proibição. “Há uma parcela da população que simplesmente não compreende as regras de convivência e segurança. O cerol é um risco para as pessoas e animais em geral. Já houve um caso de um motoqueiro atingido por linha aqui na Pampulha e sempre encontramos pássaros com cortes”, afirma.
Segundo ele, o período mais crítico em relação ao uso do material são os meses de julho e agosto, quando o tempo está mais propício para soltar pipas. “É complicado. Tem gente que entra com a linha com cerol na bolsa”, ressalta Espeschit. Célio Oliveira, de 28 anos, e o filho Bruno, de 8, foram barrados na portaria do parque pelos seguranças, que identificaram o material na linha. “Não sabia que ele estava usando cerol. Vou orientá-lo, pois não pode. É muito arriscado usar cerol”, afirma Célio.
FOTOS Para reforçar a ação, as mascotes do Atlético, América e Cruzeiro participaram da campanha. Elas tiraram fotos com as crianças e circularam com faixas de conscientização. Os irmãos Jordan Vinícius, de 18, e Vítor Gomes, de 12, já aprenderam. “Cerol machuca, pode cortar uma outra pessoa”, diz Jordan, que teve a rabiola de sua pipa apreendida na entrada do parque. Todo o material recolhido na área verde seguirá para incineração.