Jornal Estado de Minas

Promotor acredita em condenação de até 45 anos para membro do Bando da Degola

O julgamento do estudante de direito Arlindo Soares Lobo começou na manhã desta segunda-feira, depois de cinco adiamentos. Eles responde por homicídio qualificado, extorsão e destruição e ocultação de cadáver, além de formação de quadrilha

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri Guilherme Paranaiba

Arlindo chegou ao fórum acompanhado de policiais nesta manhã - Foto: Marcelo Sant'Anna/EM DA Press

Começou na manhã desta segunda-feira o julgamento do integrante do Bando da Degola, o estudante de direito Arlindo Soares LoboEle é acusado com mais sete pessoas de manter em cárcere privado e matar os empresários Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, que levou 20 facadas, e Rayder Santos Rodrigues, de 39, que foi estranguladoA sessão no 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, no Fórum Lafayette, estava marcada para começar às 8h30 e iniciou com atrasoO primeiro passo foi o sorteio do Conselho de Sentença.

O advogado do réu, Marco Antônio Siqueira, diz que vai sustentar a tese de que seu cliente foi coagido a transportar os corpos dos empresários"Quando o Arlindo viu o meio em que se encontrava, se sentiu pressionado a continuarEles queriam, inclusive, matá-lo também", diz o defensorJá o promotor Francisco Santiago acredita em condenação, com pena entre 40 e 45 anos de prisão"Arlindo era o braço direito, braço esquerdo, pé direito e pé esquerdo do FredericoEle esteve presente em toda a trama, desde o sequestro até a execução", afirma Santiago.

O réu trocou de roupa para entrar no salão do júri, onde já apareceu sem o uniforme da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) - Foto: Marcelo Sant'Anna/EM DA Press

Arlindo responde por homicídio qualificado, extorsão e destruição e ocultação de cadáver, além de formação de quadrilhaEle está preso desde junho de 2010 e se encontra no presídio Antônio Dutra LadeiraO estudante de direito seria julgado em dezembro de 2011, com o também acusado Renato Mozer, que pegou 59 anos de prisão

Na época, a defesa pediu adiamento, alegando questão de saúde do réuOutros três julgamentos de Arlindo foram adiadosNo último adiamento, o juiz o mandou se submeter a um exame de sanidade mental, que foi concluído em abril deste anoSegundo o laudo, Arlindo tinha capacidade mental normal de entendimento na época do crime

Os crimes contra os dois empresários foram em 7 e 9 de abril de 2010, em um apartamento no Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo HorizontePara dificultar a identificação, o grupo decapitou e retirou os dedos das vítimas, que foram enroladas em lonas plásticas e queimadas numa estrada de terra de Nova Lima, região metropolitanaAs cabeças e os dedos não foram encontrados

(Com informações de Pedro Ferreira)