O júri do estudante de direito Arlindo Soares Lobo, acusado de integrar o Bando da Degola, entrou na fase final na tarde desta segunda-feiraO juiz determinou um intervalo depois de quase três horas de interrogatórios ao réu e no retorno iniciou-se a fase da argumentação de defesa e acusaçãoO promotor Francisco Santiago falará por 1h30 e o advogado Marco Antônio Siqueira terá o mesmo tempoO representante do Ministério Público ainda não decidiu se fará a réplica e o julgamento pode acabar antes do anoitecer
Arlindo é acusado com mais sete pessoas de manter em cárcere privado e matar os empresários Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, que levou 20 facadas, e Rayder Santos Rodrigues, de 39, que foi estranguladoA sessão ocorre no 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, no Fórum Lafayette, e começou por volta de 9h com a escolha do Conselho de Sentença e leitura do processo
Às 9h55 o juiz começou a interrogar o réuO magistrado pendiu para que ele relatasse como conheceu Frederico Flores, apontado como líder do Bando da Degola e que comandou a trama criminosa contra os dois empresáriosO juiz pediu detalhes de como foram os dias de cativeiro e o momento da morte das vítimas
Os crimes foram em 7 e 9 de abril de 2010, em um apartamento no Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo HorizontePara dificultar a identificação, o grupo decapitou e retirou os dedos das vítimas, que foram enroladas em lonas plásticas e queimadas numa estrada de terra de Nova Lima, região metropolitana
Coação é ponto polêmico
O promotor seguiu com o interrogatório, logo após o juizSantiago tenta derrubar um argumento da defesa de que o estudante de direito foi coagido pelos outros membros do bando, principalmente por Frederico FloresO promotor perguntou ao réu o motivo pelo qual não denunciou as ameaças à polícia para tentar se livrarO acusado relatou que Flores mudou de comportamento durante o tempo em que conviveramDisse ainda que foi ameaçado com arma e não denunciou porque Flores andava sempre cercado de policiais
O defensor de Arlindo fez perguntas também direcionadas à possível coação de Flores sobre o réuEle contou uma situação em que o estudante de direito urinou nas calças por causa do medo que tinha de FloresDepois das perguntas do advogado, a sessão do júri foi suspensa para intervalo e está marcado o retorno para 13h40
Arlindo responde por homicídio qualificado, extorsão e destruição e ocultação de cadáver, além de formação de quadrilha