Caminha pra a fase final o julgamento de Arlindo Soares Lobo, acusado de integrar o Bando da Degola, responsável por dois assassinatos ocorridos no Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em abril de 2010
Após as colocações do promotor Francisco Santiago e de Marco Antônio Siqueira, advogado de defesa, o júri segue para a fase de réplica e tréplica, quando as partes terão uma hora cada para suas considerações finaisEm seguida, o júri se reunirá para deliberar sobre o veredicto, que deve ser anunciado ainda nesta segunda
Defesa alega coação
Em uma hora e meia, o advogado de defesa tentou mostrar que Arlindo foi coagido a cometer os crimes por FredericoMarco Antônio Siqueira usou parte do depoimento da mãe de Frederico no processo, em que ela diz que o filho é “sociopata, psicopata e esquizofrênico”Segundo Siqueira, ele já teria tentado suicídio três vezes e ficou internado no hospital psiquiátrico Galba Veloso, pelo comportamento de insanidade mental“Se a mãe relatou ter sido ameaçada de morte por Frederico, uma pessoa dessas não ameaçaria de matar outra pessoa?”, questionou o advogado aos jurados.
Siqueira pediu aos jurados responsabilidade ao julgar o Arlindo Soares Lobo, que “é inocente e pode ter a vida arrebentada se for culpado”.
Promotoria aponta contradições da defesa
O promotor Francisco Santiago decidiu utilizar seu direito de réplica aos argumentos do advogado da defesa, Marco Antônio Siqueira, cuja fala se encerrou às 17h04Santiago criticou os argumentos expostos por Marco Antônio Siqueira e Délio Gandra, que também integram a defesaPara a promotoria, os argumentos são contraditórios – enquanto Siqueira afirmou que Arlindo agiu por coação irresistível, Gandra alegou que “este menino bom, este pobre rapaz, se colocou em uma situação quase impossível de sair”
Para o promotor, o termo “quase” signigica que Arlindo poderia ter denunciado o sequestro das vítimas antes que elas fossem assassinadas, o que não foi feito e contradiz a fala de SiqueiraO advogado ainda reiterou que a participação do estudante no crime - classificado por ele como “um dos mais bárbaros da história” - foi “grandiosa”
Entenda o caso
Arlindo Lobo cursava Direito à época do crimeEle foi pronunciado por homicídio qualificado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha e aguarda julgamento detido no presídio de São Joaquim de Bicas IIDurante a fase de instrução e julgamento do processo Arlindo afirmou no tribunal que foi contratado como motorista de Frederico Flores, líder do Bando da DegolaArlindo teria transportado os corpos das vítimas no dia dos homicídiosEle confessou que esteve no apartamento no dia do assassinato dos empresáriosPorém, Arlindo negou a participação no crime.
Ao todo, oito pessoas respondem pelo assassinato dos empresários Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, e Rayder Santos Rodrigues, de 39De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, os oito sequestraram e extorquiram os empresáriosApós fazer saques e transferências de valores das contas deles, o grupo os assassinou e transportou os corpos no porta-malas do carro de uma das vítimas para a região de Nova Lima, onde foram deixados sem as cabeças.