Hoje chefe de residência médica de mastologia dos hospitais Luxemburgo e Mário Penna, Kerstin acredita ter passado por avaliação imprescindível“Acho que foi completamente justoA grande diferença em relação à Alemanha é que a formação é muito mais teórica e aqui o médico desenvolve uma presteza clínica enorme”, comenta ela, que se mudou para o Brasil ainda criança e voltou à Alemanha apenas para fazer a graduaçãoComo os pais continuaram em Minas Gerais, nas férias ela fazia estágios no Hospital das ClínicasLogo que terminou a faculdade, retornou do continente europeu.
Diante dessa trajetória, ela condena a intenção do governo federal de permitir a atuação de profissionais estrangeiros sem a necessidade de passar por uma prova de avaliação“É injusto com todos estrangeiros e brasileiros que passaram por um processo tão longo para conseguir trabalharAlém de tudo, o problema da saúde no país não é numérico, mas estrutural”, avalia“A melhora da assistência da população não será tão efetiva, porque os médicos estarão indo para locais sem estrutura mínima de funcionamento”, ressalta.
Cláudia, que se casou com um brasileiro e não pretende mais voltar ao país de origem, trabalha em hospitais públicos em Santa Luzia e Lagoa Santa, na região metropolitana, e não tem dúvida de que a questão não é por quem as vagas serão ocupadas, mas a estrutura oferecida a esses profissionais“Só fico nesses lugares porque preciso de dinheiroNa época da dengue, não tinha nem dipironaJá tratei de crianças que só conseguiram cirurgia depois de ficar em estado graveO que fazemos é apagar incêndio, porque as condições de trabalho são muito difíceis”, conta a médica.
O coordenador de uma das clínicas do Hospital Mater Dei, o clínico e intensivista Andrés de la Flor, nasceu em Lima, no Peru, e veio para o Brasil ainda criançaOs passos na profissão foram trilhados em território brasileiro, mas nem por isso ele deixa de analisar a abertura de vagas para estrangeiros como ele
Repercussão
Em reação às regras anunciadas pelo governo federal para a aplicação do Revalida – exame de revalidação de diplomas de medicina estrangeiros – a estudantes brasileiros, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou comunicado apontando que a avaliação deve levar em consideração aspectos como tempo de funcionamento, localização geográfica e médias de avaliação já obtidas (Enade e Conceito Preliminar de Cursos)A entidade prometeu estar atenta ao acompanhamento da aplicação do Revalida, denunciando indícios de irregularidades, caso necessárioEm protesto contra as políticas do governo para a categoria, entidades médicas convocam para hoje novos atos de protesto.
Em reação às regras anunciadas pelo governo federal para a aplicação do Revalida – exame de revalidação de diplomas de medicina estrangeiros – a estudantes brasileiros, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou comunicado apontando que a avaliação deve levar em consideração aspectos como tempo de funcionamento, localização geográfica e médias de avaliação já obtidas (Enade e Conceito Preliminar de Cursos)A entidade prometeu estar atenta ao acompanhamento da aplicação do Revalida, denunciando indícios de irregularidades, caso necessárioEm protesto contra as políticas do governo para a categoria, entidades médicas convocam para hoje novos atos de protesto.