O governador Antonio Anastasia determinou que o secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, e o comandante geral da Polícia Militar, coronel Márcio Martins Sant’Ana, se desloquem para Uberlândia, no Triângulo Mineiro, para acompanhar a apuração das circunstâncias da morte do médico Marcus Vinícius Galante Buissa. Ele foi baleado durante uma troca de tiros na madrugada de ontem entre policiais militares e bandidos que explodiram um caixa eletrônico no Bairro Martins, área comercial da cidade.
Segundo informações da PM, o crime ocorreu por volta das 4h. Marcus Vinícius, natural de São Paulo, era dermatologista e dava plantão na clínica médica da Unidade de Atenção Integrada (UAI) do bairro, a 100 metros da agência da Caixa Econômica Federal (CEF) que foi alvo dos criminosos. Ao ouvir o barulho da explosão, o médico chegou até a porta da unidade de saúde para ver o que estava ocorrendo e acabou sendo baleado no peito. Marcus Vinícius era irmão da vereadora Gláucia Buissa, a Gláucia da Saúde.
“Ele estava acostumado com a criminalidade de São Paulo e sempre foi muito esperto em relação a isso. Acho que deve ter ido até lá para tentar acudir alguém, ver se alguém precisava de socorro”, disse a vereadora, que há 28 anos mora em Uberlândia. Segundo ela, Marcus Vinícius morava havia menos tempo na cidade e ainda dava plantões em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A família é de Cedral, próximo a São José do Rio Preto, no estado de São Paulo, onde o corpo será sepultado. “Nosso pai é médico há 50 anos no interior e todos estão esperando para se despedir dele. Meu irmão era um homem muito carismático e querido. Sempre foi muito dedicado ao próximo.”
Imagens
A investigação está sendo feita pela Polícia Federal por ter envolvimento da Caixa Econômica. As imagens gravadas pelas câmeras de vigilância serão analisadas e a PM faz buscas na região tentando localizar os assaltantes. Embora tenham fugido a pé, há informações de que um veículo preto dava cobertura à ação. A perícia constatou que houve detonação dentro da agência e identificou vestígios de sangue, que podem ajudar na identificação e confirmação dos suspeitos. Segundo o delegado da PF Carlos Henrique Cotta D’angelo, as investigações serão feitas em conjunto para que se esclareça de onde partiu o tiro que matou Marcus Vinícius.
“Ainda é tudo muito prematuro, mas a principal linha é de que ele ficou no fogo cruzado. O médico foi atingido na rua e acabou socorrido, retirado da cena do crime. As amostras de sangue recolhidas serão muito úteis e, havendo ligação direta entre a explosão e a morte dele, trataremos como latrocínio (roubo seguido de morte)”, explicou o policial.
O médico prestava serviços à rede municipal de saúde desde 2004 e este ano foi cedido pela Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo à Prefeitura de Uberlândia. Ele tinha um consultório na cidade e estava assumindo a coordenação técnica da UAI Luizotti. Marcos Vinícius era casado com uma médica e um dos filhos estuda medicina em Belo Horizonte. A esposa, Graça, estava na capital a trabalho quando soube da notícia. Na manhã de ontem, ela e o filho seguiram para o Triângulo. O corpo foi velado em Uberlândia.