Jornal Estado de Minas

Mãe social vai parar na delegacia suspeita de manter criança em cárcere

O caso aconteceu na Casa Lar de Varginha, Sul de Minas. A versão da mulher é de que a menina ficou provisoriamente isolada porque estava brigando com um irmão. Ela foi levada à força para a delegacia e PMs apontaram que houve desacato

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri
Uma mãe social foi parar na delegacia em Varginha, no Sul de Minas Gerais, suspeita de manter uma menina de 4 anos em cárcere privado
Maria Auxiliadora de Jesus é responsável pela Casa Lar, no Bairro Vila Pinto, e acolhe temporariamente crianças encaminhadas pela prefeitura ou Conselho TutelarA versão da mulher e de outras crianças acolhidas é de que a menina ficou provisoriamente isolada porque estava brigando com um irmão

Na última quarta-feira, a Polícia Militar (PM) recebeu uma denúncia de vizinhos de que uma menina era mantida presa em um quarto da casaOs policiais foram até o endereço para verificar e foram recebidos por Maria AuxiliadoraDe acordo com a polícia, ela mostrou muita resistência na vistoria, mas acabou abrindo a porta do cômodo onde uma criança estava presaA mulher negou os maus tratos e foi orientada pelos militares a comparecer à delegacia

Ela resistiu e precisou ser levada à força até a unidade policial, onde foi ouvida e liberadaOs militares consideraram que houve desacatoDe acordo com o delegado Thiago Sales e Silva, responsável pelo inquérito que vai apurar o caso, a mãe social assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência e será convocada a comparecer no juizadoTodas as crianças que moram na Casa Lar serão ouvidas com a presença de conselheiros, incluindo os irmãos das menina que estava no quarto


O secretário de Habitação e Desenvolvimento Social, José Manoel Magalhães, informou que a Casa Lar está funcionando normalmenteMaria Auxiliadora continua cuidando dos menores, que estão sob acompanhamento de psicólogos e de assistente socialMagalhães disse que a secretaria está considerando a versão da mãe social de que separou a menina, porque ela brigou com o irmãoA criança fez barulho e chutou a porta, o que pode ter chamado atenção de vizinhosO secretário ainda relatou que, tanto Maria Auxiliadora quando o militar que apontou o desacato, ficaram muito exaltados durante o atendimento da ocorrência