A Copa das Confederações e as manifestações que tomaram conta principalmente dos dias de jogos com enfrentamento e muita quebradeira em Belo Horizonte deixam duas lições, segundo o secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz. Para ele, as vidas dos manifestantes devem ser preservadas e não pode haver mais, em 2014, o risco de queda no Viaduto José Alencar, o que ele mesmo vai articular com órgãos responsáveis. No que diz respeito à segurança, o secretário faz um balanço, quase um mês depois do início das manifestações, e admite que a dimensão dos movimentos não era esperada. Ferraz afirma que há muito o que fazer em termos de planejamento e inteligência, mas não pensa em investir na compra de canhão de água, como fez o Rio de Janeiro, e outros equipamentos para conter distúrbios e dispersar multidões porque considera boa a estrutura existente na polícia hoje.
“Precisamos ter temperança, o que não é nada fácil quando se tem uma multidão e um grupo minoritário que se envolve às manifestações com outros objetivos. Mas nós não seremos surpreendidos mais”, afirmou em entrevista ao Estado de Minas. “A Copa das Confederações e as manifestações que aconteceram naquele período acabaram sendo um teste de dimensões inesperadas. Isso nos preocupou muito e nos preocupa para a Copa do Mundo. Se tiverem nova chance, vão voltar para quebrar mais. A Copa das Confederações foi um momento de muita tensão entre os governantes do país e até de certa dificuldade, talvez, de como reagir e enfrentar essa situação”, avaliou Rômulo Ferraz.
INVESTIGAÇÃO Dos 59 indiciados por danos ao patrimônio, furto, roubo e incêndio, 60% não tinham passagem pela polícia, segundo a delegada titular da Regional Leste, Gislaine de Oliveira Rios. Para evitar que os vândalos assinem um termo circuntancial de ocorrência (TCO) e respondam em liberdade, a polícia também tenta identificar aqueles que participavam dos ataques em grupo, com amigos e conhecidos, indiciando-os por formação de quadrilha. “Estamos trabalhando em concurso material, juntando os crimes, para reforçar as condutas”, disse a delegada, que esta semana divulgou imagens de 28 rapazes que estavam encapuzados e se envolveram em vandalismo, depredação e saques.
Depois da divulgação das filmagens, o Disque Denúncia Unificado recebeu 20 ligações com informações sobre os acusados. Cinco já foram identificados. Segundo a delegada, análise das gravações permitiu realizar a abertura de mais 44 inquéritos até o momento, com a investigação de cerca de 80 pessoas, entre as quais 28 ainda não estavam identificadas. A polícia pedirá a prisão de todas elas. (PS)