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Estado de Minas

Minas cobra medicação mais rápida contra gripe

Preocupada com alto número de mortes provocadas por gripe, Secretaria de Estado de Saúde recomenda prescrição rápida de tamiflu a pacientes com sintomas da doença e pede que população procure atendimento imediatamente


postado em 24/07/2013 06:00 / atualizado em 24/07/2013 06:45

Se há suspeita de doença, medicação imediata. Essa foi a recomendação feita ontem pela Secretaria de Estado de Saúde a entidades médicas mineiras diante do quadro preocupante de mortes decorrentes de gripe no estado. A orientação foi repassada a integrantes do Conselho Regional de Medicina, à Associação Médica e ao Sindicato dos Médicos em reunião convocada pela secretaria para discutir o problema. Os números assustam: houve 56 mortes este ano provocadas por vários tipos de vírus influenza, um aumento de 19% em relação ao registrado em 2012. As estatísticas mostram que 2013 já é o ano com mais óbitos provocados por gripe desde 2009, quando houve uma pandemia do vírus do tipo influenza A/H1N1.


 “É um alerta”, diz o secretário de Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques. Segundo ele, a partir de agora a orientação é para que os médicos receitem a todos os pacientes com suspeitas da doença o antiviral tamiflu, considerado eficaz contra os vírus influenza A e B. A prescrição precisa ser rápida: para ter efeito, o medicamento deve ser ministrado até 48 horas depois dos primeiros sintomas. De acordo com o secretário, todos os municípios mineiros receberam o antiviral e há estoque para 400 mil tratamentos. “É preciso que os médicos tenham prontidão em receitar o medicamento”, afirmou Antônio Jorge. Na reunião de ontem, ficou acertado que as entidades médicas vão disparar e-mails e mensagens por telefone para mobilizar a categoria. O secretário fez também um apelo à população para que procure atendimento ao primeiro sinal de doença. “O tratamento deve ser iniciado o mais precocemente possível”, alerta.

De acordo com balanço divulgado na semana passada, 253 casos de síndrome respiratória aguda grave foram confirmados este ano. As faixas etárias mais atingidas são entre 50 e 59 anos, com 64 casos e 16 óbitos, e de 40 a 49 anos, com 44 casos e 13 mortes. Sobre as mortes, o secretário de Saúde diz que há prazo de 90 dia para concluir investigações. “O volume de óbitos é relevante, mas é cedo para dizer que não houve prescrição do medicamento no tempo adequado, por exemplo. Pode ser que o paciente tenha demorado a procurar um médico e negligenciado o atendimento, mas há evidência de que é preciso aumentar o uso do tamiflu”, disse.

A médica infectologista Tânia Marcial, da Secretaria de Saúde, reforça que é preciso tornar o diagnóstico mais rápido. “Acompanhamos as notificações e os óbitos e alguns pacientes morreram porque demoraram a procurar atendimento. Em outros casos, não foram tratados no momento certo, o que é uma preocupação”, diz. “E ainda teve situação que evoluiu para pneumonia”, completa.

Corrida

Entre entidades médicas, há a preocupação de que ocorra uma corrida de pacientes a unidades médicas em busca do tamiflu. “Quando o estado diz que a orientação é prescrever mesmo sem a confirmação, todo muito vai cobrar. Os sintomas do resfriado e da gripe são muito semelhantes e há uma linha muito tênue. Será que vai ter tamiflu para todo mundo?”, questiona o presidente do Conselho Regional de Medicina, João Batista Gomes Soares. O médico disse também haver dúvidas no CRM sobre a prescrição do tamiflu para menores de 12 anos, uma vez que o medicamento é para adultos.

Segundo a infectologista da secretaria não haverá prescrição indiscriminada. “O médico vai avaliar. Se for uma amigdalite ou uma sinusite, com sintomas parecidos com os da gripe, não vai precisar do tamiflu”, disse Tânia Marcial. Em relação ao uso por crianças, ela explicou que a Fundação Ezequiel Dias (Funed) vai diluir o medicamento de acordo com o peso do paciente e produzir conforme a demanda. Por sua vez, o presidente da Associação Médica, Lincoln Lopes Ferreira, diz que profissionais da saúde não podem aceitar mortes evitáveis. “Vamos disseminar que não há problema de estoque nem dificuldade logística. Com o menor sintoma, o colega é orientado a colher o material e enviar para análise, mas iniciar o tratamento imediatamente”, afirmou.


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