O cigarro é o produto mais visado por quadrilhas que atuam nas estradas. Nos primeiros seis meses do ano, o número de ocorrências de roubos do produto já superou o registrado em 2012: 44, contra 38, alta de 22%. Maior fabricante de cigarros do país, a Souza Cruz admite que o roubo de cargas é uma realidade. Segundo a empresa, a Região Sudeste concentra 84% das ocorrências.
Em Minas, a Souza Cruz mantém uma fábrica em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, mas a empresa afirma que há roubos em todo o estado, a maior parte na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Por meio de nota, a assessoria de imprensa da empresa avalia como “desafio” conviver com a sofisticação de bandidos. “Grande parte dos assaltos ainda ocorrem mediante ameaça por arma de fogo”, diz a nota. A empresa afirma que usa praticamente todos os modais de transporte para o cigarro, mas o rodoviário é o que predomina.
Segundo o gestor de segurança Heroildo Assunção, o receptador de cigarro roubado é encontrado em qualquer esquina. “Quando a carga é de eletrônicos, as pessoas têm mais medo de comprar aquele material. Já com cigarro é diferente. Todo mundo quer e ninguém se preocupa com a origem”, avalia. De acordo com o tenente-coronel Marcos Oliveira Lara, comandante do Batalhão de Polícia Militar Rodoviária (BPMRv), responsável pelas rodovias estaduais da Grande BH, os policiais da unidade estão passando por treinamento para aprimorar a atuação. “As quadrilhas são altamente treinadas e especializadas e por isso estamos buscando conhecer o modus operandi dos grupos por meio de informações da própria Souza Cruz”, afirma.