Imagine você entrando numa sala e a foto no porta-retrato começa a falarDe repente, como mágica, alguém surge no espelho do banheiro ajeitando o terno e contando a sua históriaNa sala, sobre o piano de cauda, um homem dança em cima das linhas da partitura e usa uma nota musical para remar um barcoTudo isso poderá ser visto na exposição interativa permanente que marca a transformação do Palácio da Liberdade em museu, devidamente incorporado ao Circuito Cultural da Praça da LiberdadeSegunda-feira, a mostra será apresentada à imprensa e convidados e a partir de 4 de agosto será aberta ao público nos fins de semanas e feriados, das 10h às 16h
A exposição Palácio da Liberdade – memórias e histórias ocupa 30 cômodos da antiga sede oficial do governo de Minas e é uma criação do diretor artístico, designer e curador Marcello DantasPara dar vida e interatividade à história de 16 governadores mineiros, o autor lançou mão da mais moderna tecnologia de projeção de imagens e áudio, ativada por sensores de presença.
Na animação do porta-retrato, exposto sobre uma mesa de canto no Salão Dourado, quem interage com o público é o ex-governador Aureliano Chaves, que comandou Minas de 1974 a 1978 e foi vice-presidente da República no mandato do general João FigueiredoNo Salão Vermelho, onde está o piano, quem começa a dançar sobre as notas musicais é Benedito Valadares, interventor federal que governou Minas de 1933 a 1945Os passos de dança do político são animados pela música Será o Benedito e o som vem de uma pequena caixa acústica instalada atrás do piano.
Tancredo Neves
O Salão Vermelho foi reservado à história de Tancredo Neves, que governou Minas de março de 1983 a agosto de 1984A imagem do político surge em um imenso quadro com moldura douradaO vídeo mostra como ele foi cativando os brasileiros na campanha das Diretas Já e o impacto da sua morte em 21 de abril de 1985, depois de eleito presidente do Brasil
A mostra abrange diversos períodos da história da política mineiraNa Sala da Rainha, por exemplo, quem surge do espelho no banheiro é Francisco Sales, presidente de Minas de 1902 a 1906“Olá, chegou em boa hora”, diz o ator que interpreta o político ao dar as boas-vindas aos visitantesNa cena, diante de uma requintada mesa de café, apenas as mãos são visíveisSão vários os assuntos desfiados pelo político enquanto interage com o públicoUm banquete de histórias e gostosuras, no qual o visitante se sente na companhia de Francisco Sales, que oferece um pedaço de queijo para amenizar o sabor do café, que considera forte demais“Queijo curado”, ressalta.