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Estado de Minas

Volta às aulas promete retorno do caos ao tráfego da capital

Bloqueio da Avenida Afonso Pena por manifestantes dá prévia do que motorista vai enfrentar em BH a partir de hoje, com o fim das férias, vias do Centro interditadas e eventuais protestos


postado em 31/07/2013 06:00 / atualizado em 31/07/2013 06:42

Trânsito ficou congestionado durante todo o dia de ontem, principalmente diante de interdição da Avenida Afondo Pena, em frente à PBH(foto: leandro couri/em/d.a press)
Trânsito ficou congestionado durante todo o dia de ontem, principalmente diante de interdição da Avenida Afondo Pena, em frente à PBH (foto: leandro couri/em/d.a press)


Os recentes bloqueios de tráfego que provocaram lentidão nas vias de Belo Horizonte durante o recesso de julho, como ocorreu ontem devido à manifestação que fechou a Avenida Afonso Pena, no Centro, preparam os ânimos dos motoristas e passageiros para situação ainda mais delicada. A partir de amanhã, com a volta às aulas das redes municipal e particular, e até a segunda-feira, quando retornam também universidades e a rede estadual, 200 mil veículos devem voltar a circular, justamente no momento em que mais caminhos usados como alternativas estão fechados ou com restrição ao tráfego, por causa de obras. No mesmo período do ano passado, quando eram menos intervenções, os engarrafamentos se alongaram 67,4% em média nos horários de pico, passando de 33,75 quilômetros em julho para 56,5 quilômetros em agosto, segundo empresas de monitoramento de cargas ligadas ao Maplink.

De acordo com o Detran, apenas no ano passado houve 12.510 multas por estacionamento em fila dupla, considerada pelas autoridades de trânsito a manobra mais nociva ao tráfego feita por quem deixa ou pega o filho na escola. É como se todos os dias 34 pessoas recebessem multa por esse motivo. Neste ano, já foram 3.135 multas, média de 21 por dia, índice que tende a aumentar, já que o ano letivo é maior no segundo semestre. Com tantos obstáculos, não há muito a fazer além de armar-se de paciência, sair mais cedo e preparar-se para voltar mais tarde dos compromissos.

Isso porque, com restrições de tráfego em vias como as avenidas Paraná e Santos Dumont e ruas Curitiba e dos Caetés, atalhos que poderiam ser usados  deixaram de ser viáveis. “Obras como o projeto Corta Caminho, em que a prefeitura prometia ligar vias fora do hipercentro para servir de opções de atalhos, não saíram do papel. Temos muitos semáforos quando o ideal seriam mais trincheiras para tornar os cruzamentos mais ágeis”, afirma o mestre em engenharia de transportes e professor da Fumec Márcio Aguiar.

E quem deveria ajudar na conscientização e até no planejamento de soluções em pouco ou nada colabora. O Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep), por exemplo, informou que desde o início do ano algumas instituições de ensino aderiram ao escalonamento de horários para que os alunos cheguem aos poucos e não saturem os arredores da escola. Mas a entidade não soube precisar quantas. A Secretaria de Estado de Educação informou não ter qualquer projeto para reduzir os impactos no tráfego produzido pelo deslocamentos de alunos, afirmando apenas que “conta com o apoio dos órgãos competentes de cada município e também do Batalhão de Trânsito da PM para a orientação de pais e alunos e também para coordenação do trânsito no entorno das escolas”. A Secretaria Municipal de Educação foi procurada, mas não respondeu quais ações desenvolveria para reduzir os congestionamentos.

De acordo com o professor Márcio Aguiar, as instituições deveriam sim se responsabilizar pelos impactos causados no tráfego. “O trânsito é responsabilidade de todos. Escalonamento de horários já é praxe em outras atividades há tempos. A construção civil começa às 7h, atividades comerciais e de serviços às 9h, médicos e dentistas às 8h. Isso ajuda a mitigar os problemas de fluxo do horário de pico”, afirma. Contudo, as medidas precisam ser acompanhadas de outras iniciativas. “Sem investimentos em planejamento e em transportes públicos, só essas providências não durariam mais do que dois ou três anos”, calcula.

Hoje começa a volta às aulas em algumas escolas particulares. A rede municipal marcou para a quinta-feira o reinício do ano letivo, a estadual e a UFMG, para a segunda-feira. A BHTrans foi procurada, mas não informou nada sobre medidas para que a volta às aulas não trave o trânsito da capital.


Nossa Senhora do Carmo parada

Um grupo de cerca de 200 funcionários da Rede Minas interditou durante toda a tarde até o início da noite de ontem o trânsito na Avenida Nossa Senhora do Carmo, em frente à sede da emissora, na Região Centro-Sul de BH, complicando ainda mais o tráfego na capital. Os manifestantes dizem que se sentem ameaçados pela instabilidade na TV, que estaria prestes a anunciar o desligamento de 100 pessoas, e que temem pela continuidade da programação. De acordo com a Secretaria de Estado de Cultura, o processo do concurso público para contratação de servidores para a emissora foi acertado com o Ministério Público do Trabalho. O protesto se dividiu em dois atos. O primeiro interditou o trânsito na avenida e causou um grande congestionamento até o fim da tarde. Já no segundo, artistas se uniram aos manifestantes.


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