Jornal Estado de Minas

Manifestantes ocupam Câmara de BH e decidem fazer greve de fome

A intenção do ato é que a PBH abra as planilhas de custos que definem o preço das tarifas do transporte na capital

Marcelo Ernesto
Manifestantes foram recepcionar os vereadores que voltaram do recesso nesta quinta-feira - Foto: Beto Magalhães/EM/D.A.Press

A volta do recesso parlamentar dos vereadores de Belo Horizonte nesta quinta-feira foi bastante tumultuado e resultou em mais uma ocupação da CasaManifestantes organizaram uma “recepção” aos parlamentares e com cartazes, gritos e palavras de ordem, fizeram com que os integrantes do Legislativo municipal derrubassem a sessão desta tarde por falta de quorum, já que não conseguiram falarLogo após o fim da sessão, a maioria dos manifestantes foi embora, mas três deles – dois homens e uma mulher -, decidiram permanecer nas galeriasEles reivindicam que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) abra as planilhas de custos do transporte da capital e decidiram fazer greve de fome até que o objetivo do protesto seja alcançado.

De acordo com o vereador Adriano Ventura (PT), que conversou com os três juntamente com outros manifestantes, a intenção deles é permanecer na Casa durante a noiteAinda segundo Ventura, além de ficar eles estão dispostos a realizar greve de fomeNo entanto, o parlamentar lembrou que, diferentemente do protesto anterior, desta vez não há uma estrutura montada que garantiria infraestrutura mínima para o atoSobre a posição da PBH, o petista espera que a forma como são definidas as tarifas do transporte na capital se tornem públicos“A gente aposta que isso vai acontecer que o governo vai abrir as planilhasNão é possível que o governo não vai ceder”, acredita.

Mais cedo, os vereadores foram impedidos de falar e vários deles protestaram contra a postura dos manifestantesO presidente em exercício, o vereador Wellington Magalhães (PTN) afirmou que irá trabalhar por maior segurança na Casa e lamentou as manifestações populares que teriam, segundo ele, desrespeitado a fala dos vereadores“Para mim (essa manifestação) é partidária, não é a voz do povo”, afirmou o parlamentar
“A Câmara não vai impedir a entrada de ninguém, mas isso deve ser feito com segurança”, completou, lembrando a criação de uma comissão especial de estudos sobre segurança institucional.

No mês passado, o Legislativo da capital mineira viveu oito dias inusitados, com centenas de pessoas cozinhando, dormindo e discutindo política no saguão e nos jardins, os vereadores recomeçam as sessões plenárias com uma pauta morna e sem propostas efetivas para atender às reivindicações das ruas