Apesar das denúncias de moradores sobre a depredação, invasão de moradores de rua e constrangimento a frequentadores, a Guarda Municipal não pretende intensificar a fiscalização na Praça Raul Soares, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. De acordo com a prefeitura, a vigilância continuará sendo feita no local 24 horas por dia, com dois agentes por turno. Como mostrou ontem o Estado de Minas, instituições do entorno defendem o cercamento da praça com grades e controle de acessos nos moldes de um parque municipal. O movimento é encabeçado pelo condomínio do Edifício JK e tem apoio de outros interessados, como a Primeira Igreja Batista de BH.
O motivo é que os moradores estão fartos de assistir a mendigos fazendo necessidades em público, a cenas de sexo explícito, a depredações e à falta de segurança na área, tombada pelo município e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG). Abaixo-assinado defendendo o cercamento está sendo entregue em moradias e pontos de comércios próximos e já conta com mais de 1 mil adesões, segundo a gerência do condomínio, mas a proposta divide opiniões.
A matéria teve grande repercussão nas redes sociais e comentários no portal em.com.br. O internauta Wellington condenou as grades: “A praça é pública, ela é minha, é sua, é do mendigo, todos temos o direito de usufruir dela. Eu não tenho o direito de ir lá dormir, fazer sexo ou depredar, pois não pertence só a mim. Isso não é elitismo, chama-se civilidade”. Lucas Sales ironizou: “Que legal! BH já tem sua própria versão da ‘gente diferenciada’. Cercar a praça? Ridículo!”
O internauta Walter Rievrs questionou: “Qual é mesmo a função da Guarda Municipal? Essa guarda é para proteger somente no horário de expediente ou existe para proteger 24 horas?”. Já Célia Rezende defendeu a ideia: “A praça é pública, concordo. Mas o que acontece ali parece privado. Onde está o abaixo-assinado? Vou passar aqui no meu prédio. Quem sabe tenhamos um ambiente saudável para caminhar?”.