Geraldo teve a prisão temporária decretada em 15 de abril, um dia apó Amanda ser baleada na cabeça na estrada que liga Ouro Preto a Lavras NovasEm 15 de maio o mandado foi renovado por mais 30 dias e em 10 de junho a Justiça determinou sua prisão preventiva, por tempo indeterminadoO pedido de habeas corpus foi negado nessa quinta-feira pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
De acordo com o TJMG, ao decretar a prisão preventiva, a juíza Lúcia de Fátima Magalhães Albuquerque considerou que haviam indícios de que o delegado vinha ameaçando familiares da adolescente e testemunhas do caso, além de ter ocultado e eliminado provas do crime como forma de dificultar as investigaçõesA conversão da prisão temporária em preventica ocorreu após Amanda morrerEla lutou para se manter viva durante 51 dias, mas não resistiu ao ferimento e faleceu no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, onde ficou internada.
A garantia da ordem pública também foi citada pelo desembargador para embasar a manutenção da prisão“De resto, anoto que o delito atribuído ao acusado, que ocupa importante cargo público de delegado de polícia, causou grave impacto social, tendo recebido ampla divulgação na mídia, que cuidou de retratar os efeitos negativos de tal crime na estarrecida coletividade mineira”, disse.
Geraldo foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado – motivo torpe e dissimulação -, e por fraude processualAlém dele, três amigos, a advogada e uma ex-namorada foram denunciados por fraude processual, sendo as duas últimas por falso testemunhoO delegado nega que houve crime e diz que a adolescente tentou se matar.
O crime
Em 14 de abril, Amanda estava em companhia do delegado quando, depois de um atrito com ele, foi baleada
O carro do policial, um Peugeot preto, foi apreendido e periciadoApesar da afirmação de que a adolescente tentou se matar, exames residuográficos nas mãos dela não acharam vestígios de pólvoraAmanda foi transferida para o Hospital João XIII, onde morreu em 3 de junho, após 51 dias internada
Entenda o caso
– A família de Amanda Linhares descobriu o relacionamento da adolescente, então com 15 anos, com o delegado, 23 anos mais velho, em 2011O caso foi denunciado por representantes da escola onde a jovem estudava.
– Durante mais de dois anos, parentes dizem ter tentado sem sucesso afastar a garota do policial, inclusive mandando-a por seis meses para a casa de avós, em Goiás
– A família se mudou para o interior, mas Amanda ficou na capitalChegou a morar por algum tempo com Geraldo Toledo, mas o relacionamento era tumultuado.
– Amigas da jovem denunciam ter presenciado o delegado fazendo ameaças à namorada, que estava grávida, querendo que ela abortasseÀ família, Amanda disse ter perdido o bebêO policial negava a gravidez, o que teria sido desmentido por exames entregues à Corregedoria da Polícia Civil.
– O chefe da adolescente em um centro de compras do Bairro Buritis chegou a informar à família que Amanda chegava para trabalhar com hematomas no corpo, o que levou parentes a suspeitar de agressões
– Duas semanas antes de ser baleada, Amanda registrou queixa de agressão contra Geraldo ToledoApós ser agredida, a adolescente voltou para a casa da mãeA Justiça decretou medida protetiva em favor da menor
– No dia em que foi baleada, 14 de abril, Amanda recebeu ligação de Geraldo Toledo, segundo familiaresEles atestam que ela se maquiou e escolheu roupa nova e salto alto para sair com o policialToledo alega que ela estava depressiva e que tentou se matar.
– Baleada na cabeça, em uma estrada que liga Ouro Preto a Lavras Novas, a menor foi deixada em uma unidade de pronto atendimento pelo policial, sem nenhum documentoDurante as investigações, a polícia apurou que pertences da jovem foram jogados em vários pontos, supostamente pelo policial.
– No dia seguinte, Toleto se envolveu em outra confusão, ameaçando com arma funcionários de um shopping popular em BHO delegado, que responde a mais nove sindicâncias, dez inquéritos e dois processos administrativos na Corregedoria, foi preso como principal suspeito de balear a ex-namorada, que morreu no dia 3, após 51 dias internada.
– Em 26 de abril, Toledo participou de reconstituição em Ouro PretoMesmo com o exame residuográfico, que não detectou pólvora nas mãos da jovem, ele sustentou o argumento de que a ex-namorada tentou suicídio