Jornal Estado de Minas

Confusão em canteiros de obra aumenta perigo para pedestre em BH

Mateus Parreiras
Disputa de espaços entre pessoas e veículos representa risco extra - Foto: Leando Couri/EM/D.a Press


Os riscos que rondam as passagens de pedestres e o tráfego entre os canteiros de obras dos grandes corredores de Belo Horizonte, como as avenidas Antônio Carlos, Cristiano Machado e Pedro I, ocorrem não apenas por imprudência, mas também por marcações confusasNa Avenida Cristiano Machado, por exemplo, a BHTrans permitiu que veículos que trafegam no sentido Centro/Bairro, a partir do Bairro da Graça até o Bairro São Gabriel, Região Nordeste de BH, usem parte da pista exclusiva que servirá ao transporte rápido por ônibus (BRT na sigla em inglês)Contudo, não há indicações visíveis para os pedestres alertando que o tráfego no trecho está abertoComo resultado, várias pessoas se assustam quando carros aparecem buzinando para que os pedestres que atravessam saiam do meio do caminho.

“Como vamos imaginar que vão passar carros por aqui, se a pista está em obras e não tem nenhuma placaIsso é muito perigoso, principalmente para quem for de mais idade e tiver dificuldade para desviar”, avaliou o advogado Raul Faria, de 42 anos, que mora no bairro e cruza a via diariamenteO trânsito nas pistas está liberado desde 19 de junho e de acordo com a BHTrans só será fechado quando o BRT estiver em funcionamento, o que está previsto para o início do ano que vem.


De acordo com a BHTrans, uma campanha educativa foi feita na época da liberação do tráfego na pista exclusiva de ônibus, com o objetivo de orientar os pedestres que fazem a travessia pelo localA própria empresa percebeu a importância disso, ao dizer, na ocasião, que isso seria feito porque “os pedestres que atravessam a pista do meio (exclusiva ao BRT) já não estão mais habituados ao trânsito de veículos”


Sobre o comportamento dos operários e os riscos no canteiro de obras do BRT, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informou que não tem números relativos a acidentes de trabalho nos espaços em que ocorrem as obras de mobilidade, justificando que cada intervenção é de responsabilidade de uma empreiteiraAinda de acordo com Sudecap, os locais são fiscalizados por engenheiros da prefeitura e devem cumprir com todas as medidas de segurança, sob pena de não receberem os pagamentos acordados, como está previsto no edital de licitação dessas obras.