Em Maria da Fé, no Sul de Minas, a comunidade está unida para restaurar a Matriz de Nossa Senhora de Lourdes, construída na década de 1920 e tombada pelo município. Os serviços começaram em junho e deverão durar dois anos, embora sem necessidade de fechar a igreja para as cerimônias religiosas, informa o padre Leonardo Almeida Pereira, ex-pároco local e proponente do projeto. Ele explica que a iniciativa foi aprovada pelo Ministério da Cultura (MinC) para captação de recursos, por meio da lei federal de incentivo à cultura (Lei Rouanet), permitindo que pessoas físicas e jurídicas apliquem parte do Imposto de Renda devido na recuperação do templo católico.
Em 2001, a matriz passou por uma reforma, mas ainda há problemas na estrutura e parte elétrica, além de muitas infiltrações e trincas. “Os serviços vão custar R$ 1,5milhão e já temos um terço desse valor. Estamos em busca do restante dos recursos”, disse, ontem, o proponente do projeto, que conclama empresas e moradores a colaborar. “Pessoas jurídicas e físicas podem contribuir, por meio de doação ou patrocínio, com abatimento de 100% do valor incentivado até o limite de 4% do Imposto de Renda devido pela pessoa jurídica e 6% pela pessoa física. Somente podem participar pessoas jurídicas que sejam optantes pelo regime de tributação lucro real ou pessoas físicas que apresentem a declaração de imposto de renda completa”, esclarece padre Leonardo.
Emergência
O Ateliê Arte e Restauro Juarez Oliveira é responsável pela coordenação e reforma da igreja. Segundo padre Leonardo, as esculturas estão conservadas, mas será feito um estudo de viabilidade técnica e financeira para a conservação. A arquiteta chefe, Mônica Martin, diz que a restauração se encontra no estágio de verificação, o que significa constatação das condições da estrutura física e de averiguação do estado das pinturas. A equipe técnica identificou a existência de trincas e de problemas no forro, no telhado, no sistema elétrico e no sistema de vazão da água pluvial. Mônica destaca a infiltração como serviço emergencial. “O sistema de vazão não foi dimensionado adequadamente. A má captação do sistema de águas pluviais causa grande infiltração, com acúmulo de água e de umidade no interior da igreja, comprometendo o forro, as paredes, as janelas, as portas e a pintura”, diz. (GW)