A Polícia Civil apresentou, na manhã desta terça-feira, integrantes de dois grupos suspeitos de extorsão e sequestros relâmpago cometidos em bairros da Região Centro Sul de Belo Horizonte. Eles agiam há nove meses no Belvedere, Mangabeiras, Sion e São Pedro e foram detidos por meio de mandados de prisão e busca e apreensão em diferentes datas.
Apesar de os sete homens pertencerem a grupos diferentes, eles chegaram a agir juntos em um sequestro em determinada ocasião. A última ocorrência registrada pela polícia foi em fevereiro.Todos são moradores do Bairro Industrial, em Contagem, e têm passagens por diversos crimes, entre roubo a mão armada, homicídio, extorsão, ameaça e desacato. Ambos os grupos atuavam com muita violência, ameaçando e agredindo as vítimas.
De acordo com a Polícia Civil, o primeiro grupo era formado pelo líder Charles Simil Marques, de 35 anos, Erik Thalison Soares dos Santos, de 18, e Marcos Henrique Guimarães Costa, de 21. Eles preferiam abordar as vítimas com carros importados, relacionando a posse do veículo a um alto poder aquisitivo. Charles e Erik abordavam e sequestravam as vítimas, que eram levadas para Contagem. Ainda dentro do veículo, as pessoas eram obrigadas a fornecer cartões bancários e senhas. Já na cidade, o material era repassado a Marcos, que fazia as compras e os saques. As vítimas eram deixadas em outros locais e os veículos eram abandonados em Betim e Contagem. O trio está ligado a quatro sequestros.
O segundo grupo era formado por três homens e um adolescente. Eles são apontados como responsáveis por outros nove crimes. O líder da quadrilha é Rogério Lopes Pimenta Júnior, de 21 anos. Os outros são Kyllder Fernandes Dias Fonseca, de 20 anos, Roberth Rithelle Lopes Moreira, de 22, e T.F.O, de 17 anos. Rogério e o menor sempre atuavam juntos e, esporadicamente, eles acionavam Kyllder e Roberth. Nos sequestros, Rogério portava a arma de fogo, T. Dirigia e os outros dois faziam os saques e as compras. Depois do roubo, as vítimas eram deixadas em Betim e os carros em Contagem. Em uma ocasião, eles renderam dois jovens e uma mulher que estava em um carro no Bairro Belvedere. Uma das vítimas foi baleada.
Conforme a delegada Carolina Bechelany, os criminosos agiam de forma oportunista. Sem alvo específico, eles rondavam os bairros procurando pessoas distraídas, alvos fáceis para as ações criminosas. Ao todo, foram 13 vítimas nas nove ocorrências registradas. Cada roubo causava prejuízos entre R$ 2 mil e R$ 5 mil. Além de responderem por extorsão, roubo e formação de quadrilha, os suspeitos devem responder por lesão corporal no caso em que uma pessoa foi baleada. Durante a presentação nesta manhã, Rogério, Erik e Killder assumiram um sequestro cada um, mas negam envolvimento nos demais crimes.