As negociações entre os moradores do Bairro Pires, em Congonhas, Região Central do estado, e o representante do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ainda não começaram. O encontro estava marcado para as 9h esta quarta-feira, mas o engenheiro do órgão ainda não chegou ao km 603 da BR-381, onde a população montou mais uma vez um bloqueio, interditando os dois sentidos da rodovia. O local onde as negociações vão acontecer também é motivo de impasse.
O encontro estava marcado para as 9h. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o engenheiro, que já havia participado de uma rodada de negociações nos últimos protestos, está preso no congestionamento em direção à cidade. Ele informou que os moradores devem montar uma comissão que irá até o posto da PRF em Congonhas para a reunião. No entanto, os moradores recusaram a proposta e querem que ele retorne ao Bairro Pires, no local do bloqueio.
Os moradores exigem a construção de duas passarelas no trecho para evitar os atropelamentos, que acontecem no local com frequência. O protesto começou por volta das 5h desta quarta-feira. A polícia pede que os motoristas façam um desvio passando por Ouro Preto e Ouro Branco, o que aumenta a viagem em 50 quilômetros.
Entre junho e julho, os moradores do bairro já haviam protestado na rodovia, que divide a cidade. Muitos acidentes e atropelamentos que resultaram em mortes aconteceram no trecho. A nova série de protestos começou na tarde do último domingo, quando um homem de 38 anos morreu ao ser atingido por um veículo enquanto atravessava a rodovia a caminho da igreja. A população fechou a rodovia para protestar e só deixaram o local à meia-noite de segunda-feira.
Na terça, usando pneus, pedaços de madeira e cruzes com os nomes das vítimas de acidentes, eles montaram uma barricada e interditaram os dois sentidos da estrada por 12 horas. Na ocasião, eles prometeram continuar com os protestos enquanto suas reivindicações não forem atendidas.