Jornal Estado de Minas

Três mulheres teriam sido vítimas de violência sexual nos protestos na Câmara de BH

Duas mulheres teriam sido vítimas na última manifestação, que terminou nessa quinta-feira, e uma terceira na primeira ocupação, em junho.

Alessandra Mello
Dois manifestantes que participaram da ocupação da Câmara Municipal de Belo Horizonte, encerrada ontem depois de sete dias, foram acusados de praticarem violência sexual contra mulheres que integraram o movimento
Um deles foi denunciado ontem por estupro na Delegacia de Mulheres e já está sendo investigadoA denúncia contra o segundo envolvido ainda não chegou à delegacia, mas já foi registrado boletim de ocorrênciaDuas mulheres teriam sido vítimas agora e uma terceira na primeira ocupação, em junho.

As integrantes da ocupação – a segunda desde o início dos protestos que tomaram conta do país em junho – acusaram alguns dos acampados de proteger os agressores e de tentar desqualificar as denúncias e as vítimasNenhum participante do movimento na Câmara quis comentar as acusaçõesEles divulgaram uma nota admitindo os casos de violência e dizendo que as mulheres do grupo chegaram a propor a expulsão dos agressores, o que não foi aceito pela maioriaPor causa dessa decisão, algumas abandonaram a ocupação.

Na rede Fotos e nomes dos acusados de abuso foram divulgados nas redes sociaisEm uma das fotos, um deles aparece no gramado da Câmara Municipal, ao lado da palavra “estuprador”O perfil de outro acusado foi parar também na rede com a justificativa de que se tratava de um alerta a outras possíveis vítimas.

De acordo com a titular da Delegacia de Mulheres, Elizabeth Freitas, uma das supostas vítimas registrou a queixa de estupro no plantão de ontem e já foi ouvida em cartório“Um inquérito policial será aberto para apurar a denúnciaEla cita o nome do suposto autor e relata que foi abusada dentro da Câmara Municipal de Belo Horizonte”, informou a policial
Outros relatos de supostos abusos, inclusive durante a primeira ocupação em junho, também foram motivo de comentários na rede.

Desde terça-feira, o clima entre os manifestantes já era tensoNa quarta-feira, eles se desentenderam sobre quem iria participar de uma audiência com o presidente da Câmara, Leo Burguês (PSDB), e o encontro acabou não acontecendoSeguranças do Legislativo relataram desavenças que incluem agressões físicas