Dois manifestantes que participaram da ocupação da Câmara Municipal de Belo Horizonte, encerrada ontem depois de sete dias, foram acusados de praticarem violência sexual contra mulheres que integraram o movimento. Um deles foi denunciado ontem por estupro na Delegacia de Mulheres e já está sendo investigado. A denúncia contra o segundo envolvido ainda não chegou à delegacia, mas já foi registrado boletim de ocorrência. Duas mulheres teriam sido vítimas agora e uma terceira na primeira ocupação, em junho.
Na rede Fotos e nomes dos acusados de abuso foram divulgados nas redes sociais. Em uma das fotos, um deles aparece no gramado da Câmara Municipal, ao lado da palavra “estuprador”. O perfil de outro acusado foi parar também na rede com a justificativa de que se tratava de um alerta a outras possíveis vítimas.
De acordo com a titular da Delegacia de Mulheres, Elizabeth Freitas, uma das supostas vítimas registrou a queixa de estupro no plantão de ontem e já foi ouvida em cartório. “Um inquérito policial será aberto para apurar a denúncia. Ela cita o nome do suposto autor e relata que foi abusada dentro da Câmara Municipal de Belo Horizonte”, informou a policial. Outros relatos de supostos abusos, inclusive durante a primeira ocupação em junho, também foram motivo de comentários na rede.
Desde terça-feira, o clima entre os manifestantes já era tenso. Na quarta-feira, eles se desentenderam sobre quem iria participar de uma audiência com o presidente da Câmara, Leo Burguês (PSDB), e o encontro acabou não acontecendo. Seguranças do Legislativo relataram desavenças que incluem agressões físicas.