Mário Campos, a apenas 42 quilômetros de BH, na região metropolitana, é um dos municípios com alta escassez de médicos não indicado por nenhum inscrito no programa Mais Médicos, do Ministério da SaúdeA cidade pediu três para atuar em saúde da famíliaAtualmente, há três equipes, número que deveria ser dobrado, segundo a Secretaria Municipal de SaúdeO maior desafio é atrair profissionais.
As equipes de saúde da família têm um médico generalista, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e agentes comunitários de nível médio“Os generalistas que temos atendem com sufocoFicam sobrecarregadosCom o dobro, teríamos uma situação ideal”, avalia a secretária de Saúde, Juliane Camargo SoaresNem o salário de R$ 12 mil oferecido aos médicos de atenção básica resolve a carência“Há municípios mais acessíveisPara quem mora em BH, por exemplo, é cansativo pegar trânsitoAlém disso, aqui é uma cidade pequena, não tem a mesma estrutura”, acredita.
A dificuldade fez com que as equipes só fossem formadas em março, quando chegaram dois bolsistas do Programa de Valorização dos Profissionais na Atenção Básica (Provab), federal também e com objetivos semelhantes ao Mais Médicos
Nos atendimentos em saúde da família, o médico visita pacientes“É importante criar um vínculo entre o profissional e o pacienteEle conhece o histórico da família, é mais fácil fazer prevenção de doenças”, avalia Juliane
A aposentada Laurita Maia Ribeiro, de 68 anos, era atendida pela médica que se demitiu em julho e ainda não começou a ser assistida pelo substituto, que assumiu na segunda-feira“A outra era muito boaTinha carinho com a genteAcaba criando uma amizade”, elogia“Mas vocês também vão gostar do novo”, anima a enfermeira Danielle Perrini.
Sem surpresa
Juatuba também tem dificuldade para atrair médicos
Guimarães acredita que poderá ser difícil achar substitutos para os médicos do Provab em março, quando acaba o compromisso com o Ministério da Saúde“Em abril, um médico se desligou e precisamos de dois meses para arrumar um substitutoTenho receio de acontecer o mesmo no próximo ano”, lembraApesar disso, ele considera suficientes as atuais equipes de atenção básica“Elas atendem toda a população”, alega.
A avaliação do secretário é refutada por Eduardo Seixas , de 31 anos, único médico do Provab que mora em Juatuba“A cidade deveria ter, no mínimo, 15 equipes de atenção básica”, aponta“Um dos médicos atende quatro mil famíliasEu atendo 2,7 milTrabalhamos com um número muito grande de pessoas”, constataEle também se queixa da falta de profissionais especializados“Só há um cardiologista, que só atende dois dias por semanaFaltam geriatras, endocrinologistas, entre outrosTenho que encaminhar muitos pacientes para Betim”.
ESQUECIDOS
Municípios que não atraíram médicos
Açucena
Antônio Dias
Barão de Cocais
Bonfim
Braúnas
Comercinho
Cônego Marinho
Dionísio
Dom Cavati
Funilândia
Gameleiras
Iapu
Icaraí de Minas
Jaboticatubas
Jaguaraçu
Josenópolis
Juatuba
Mamonas
Mário Campos
Marliéria
Miravânia
Naque
Ninheira
Pai Pedro
Pingo D’água
Prudente de Morais
São João das Missões
São João do Oriente
São José da Varginha
Taquaraçu de Minas