O repórter, que trabalhava com Walgney, denunciou o envolvimento de policiais na série de assassinatos, com características de grupo de extermínioDesde que começou a sequência de execuções com indícios de participação policial, passaram-se seis anos de denúncias, sem investigações concretasEm 19 de abril, depois de trocas na cúpula da Polícia Civil em Ipatinga e região, começou o trabalho da força-tarefa do Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP)As apurações do grupo já esclareceram 12 dos homicídios, incluindo a execução dos dois jornalistas.
Rodrigo, que trabalhava numa rádio em Ipatinga, preparava uma série de reportagens para marcar seu retorno a um jornal da cidade, em que apresentava novas evidências de envolvimento de policiais em assassinatosNa madrugada de 8 de março, entretanto, ele foi executado com três tiros no Bairro Canaã, em IpatingaPouco mais de um mês, em 14 de abril, Walgney foi morto a tiros, em um pesque e pague em Coronel FabricianoEle havia revelado que conhecia detalhes sobre a morte do colega.
Mais seis homicídios
O delegado Wagner Pinto, chefe do DIHPP, informou ontem que os trabalhos da força-tarefa não terminaram com o esclarecimento das execuções dos jornalistas“Há ainda mais quatro casos em que seis pessoas foram assassinadas na região”, explicou
Os inquéritos sobre os assassinatos de Rodrigo Neto e Walgney Carvalho foram concluídos na terça-feira e entregues à Justiça, com o indiciamento de PitoteNo assassinato de Rodrigo, as apurações apontaram que ele agiu com a ajuda do policial Lúcio Lírio Leal, também indiciadoO Ministério Público vai analisar os inquéritos e, nos próximos dias, deve apresentar denúncias contra os acusadosAlém de Alessandro e Lúcio, há mais 14 pessoas indiciadas pelos outros homicídios, e três que foram presas em flagrante por porte ilegal de arma de fogo
As execuções de Rodrigo Neto e Walgney Carvalho causaram repercussão internacionalA Organização das Nações Unidas (ONU) cobrou solução dos crimes e demonstrou preocupação com a insegurança de dos jornalistas do Vale do AçoMuitos pediram demissão, alegando falta de segurança, e testemunhas tiveram que deixar a regiãoO governador Antonio Anastasia determinou “apuração rigorosa” dos assassinatos