(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Delegado afirma que execuções de repórter e fotógrafo no Vale do Aço estão esclarecidas

Ao todo, 16 pessoas foram indiciadas por assassinatos entre 2007 e 2013


postado em 15/08/2013 06:00 / atualizado em 15/08/2013 07:02

A força-tarefa que investiga pelo menos 18 assassinatos em Ipatinga e cidades vizinhas no Vale do Aço, entre 2007 e 2013, concluiu 11 inquéritos e indiciou 16 pessoas. Alessandro Neves Augusto, o Pitote, de 31 anos, acusado de executar a tiros o repórter Rodrigo Neto Faria, de 38, em março, e o fotógrafo Walgney de Assis Carvalho, de 43, em abril, está na lista, que tem ainda seis policiais civis e três militares. O policial civil Lúcio Lírio Leal, de 22, foi indiciado também pela morte de Rodrigo. A Justiça decidirá se Pitote e Lúcio terão prisão temporária transformada em preventiva.

O repórter, que trabalhava com Walgney, denunciou o envolvimento de policiais na série de assassinatos, com características de grupo de extermínio. Desde que começou a sequência de execuções com indícios de participação policial, passaram-se seis anos de denúncias, sem investigações concretas. Em 19 de abril, depois de trocas na cúpula da Polícia Civil em Ipatinga e região, começou o trabalho da força-tarefa do Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP). As apurações do grupo já esclareceram 12 dos homicídios, incluindo a execução dos dois jornalistas.


Rodrigo, que trabalhava numa rádio em Ipatinga, preparava uma série de reportagens para marcar seu retorno a um jornal da cidade, em que apresentava novas evidências de envolvimento de policiais em assassinatos. Na madrugada de 8 de março, entretanto, ele foi executado com três tiros no Bairro Canaã, em Ipatinga. Pouco mais de um mês, em 14 de abril, Walgney foi morto a tiros, em um pesque e pague em Coronel Fabriciano. Ele havia revelado que conhecia detalhes sobre a morte do colega.

Mais seis homicídios

O delegado Wagner Pinto, chefe do DIHPP, informou ontem que os trabalhos da força-tarefa não terminaram com o esclarecimento das execuções dos jornalistas. “Há ainda mais quatro casos em que seis pessoas foram assassinadas na região”, explicou. O delegado considerou produtiva a atuação de sua equipe. “Em quase quatro meses de trabalho, conseguimos esclarecer ocorrências complexas, algumas com mais de cinco anos”. A força-tarefa é formada por quatro delegados, três escrivães e 12 investigadores.

Os inquéritos sobre os assassinatos de Rodrigo Neto e Walgney Carvalho foram concluídos na terça-feira e entregues à Justiça, com o indiciamento de Pitote. No assassinato de Rodrigo, as apurações apontaram que ele agiu com a ajuda do policial Lúcio Lírio Leal, também indiciado. O Ministério Público vai analisar os inquéritos e, nos próximos dias, deve apresentar denúncias contra os acusados. Além de Alessandro e Lúcio, há mais 14 pessoas indiciadas pelos outros homicídios, e três que foram presas em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.

As execuções de Rodrigo Neto e Walgney Carvalho causaram repercussão internacional. A Organização das Nações Unidas (ONU) cobrou solução dos crimes e demonstrou preocupação com a insegurança de dos jornalistas do Vale do Aço. Muitos pediram demissão, alegando falta de segurança, e testemunhas tiveram que deixar a região. O governador Antonio Anastasia determinou “apuração rigorosa” dos assassinatos. Um comitê, incluindo profissionais da imprensa de Ipatinga, foi criado para acompanhar as investigações.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)