Um foragido da Justiça, suspeito de aplicar golpes em imobiliárias e furtos em imóveis de alto padrão de Belo Horizonte, foi preso nesta sexta-feira no Bairro Jaraguá, na Pampulha, quando tentava cometer mais um crime. Com passagens na polícia por roubo e porte ilegal de arma de fogo, ele se dizia interessado em comprar casas e apartamentos na capital e, durante visita aos imóveis, furtava objetos de valor. Três vítimas o reconheceram como autor do crime.
De acordo com o Sargento Amâncio, do 13º Batalhão da Polícia Militar, Júlio César da Silva, de 37 anos, telefonava para imobiliárias de BH dizendo que estava de mudança para a cidade buscava casas ou apartamentos com valor acima de R$ 1 milhão e que só lhe interessava imóveis habitados. “Ao corretor ele pedia para buscá-lo no aeroporto, dizendo que estava vindo de avião ou helicóptero”, conta o militar.
Moradores de imóveis no Belvedere, Buritis e Sion, na Região Centro-Sul da capital, denunciaram às imobiliárias que agenciavam a venda ter sido vítimas de furtos. “Os corretores e imobiliárias passaram a trocar foto e informações sobre a ação desse homem. Hoje (sexta-feira) ele visitou cinco e, desconfiada, a imobiliária acionou o 190”, relata o sargento Amâncio.
Júlio foi surpreendido pelos policiais quando visitava uma casa de luxo no Bairro Jaraguá, acompanhado por um corretor. “Eu disse para a dona do imóvel, que nos atendeu, que havia um criminoso na casa dele. Ela disse que só tinha um corretor e um comprador lá, e eu disse que era esse homem mesmo. Então, ela permitiu a nossa entrada”, diz.
Segundo o sargento Amâncio, Júlio se assustou quando avistou os militares. “Eu vi ele jogando um objeto no chão e empurrando com o pé para embaixo do tapete. Era uma carteira cheia de dólares, do dono da casa”. Inicialmente, o homem passou um nome falso para os policiais, mas sua identidade acabou descoberta.
“Durante as visitas, ele pegava o celular e fingia conversar com a mulher, enquanto distraía a atenção do corretor e dos moradores para recolher joias, dinheiro ou outros objetos de valor. Quando o prendemos ele usava um relógio que custa mais de R$ 5 mil e tinha o nome do dono gravado atrás”, detalha o sargento Amâncio.
Três vítimas localizadas pela polícia foram até a delegacia reconhecer o homem. “Um corretor representou um empresário que teve muitas joias furtadas em um apartamento no Sion. Ele se comprometeu a ir até a delegacia reconhecer o homem ainda nesta sexta-feira”, ressaltou o policial. A PM acredita que Júlio cometia este tipo de golpe desde 2008 e espera que, com a prisão, outras possíveis vítimas prestem queixa contra ele.