Há muito em comum entre Bárbara Carvalho Campos, de 12 anos, Maria Eduarda Almeida, de 14, e Thais Natividade Batista, de 16São naturais de Santa Luzia, na Grande BHEstudam na mesma escola, a Municipal Dona QuitaE, por último, são motivo de orgulho não só para os mineiros: as três praticam esportes e já estão a caminho das conquistasO que não é comum entre elas é a modalidade esportiva que escolheramMas a estrada que percorrem rumo à realização é exigente e elas não podem segui-la sozinhasPrecisam de apoio, o que ainda não chegou.
Falta a Bárbara patrocínioEla até já teve apoio de uma empresa luziense, mas o contrato acabouO equipamento é caro e há as viagens para participar de competições“As despesas são altas, principalmente na compra do material.” A mãe, orgulhosa, não desisteFaz rifas, sorteios, pede ajuda a parentes, amigos, para não deixar morrer o sonho da menina, aluna do 7º ano do ensino fundamental e a única praticante desse esporte em escolas públicas da região metropolitana“Ela é inteligente e tem ótimo aproveitamento em sala”, diz a professora Karla Regina Silva Carvalho, diretora da Dona Quita.
Medalha
Unir ginástica e dança não é tarefa fácilPor isso, Duda, como é conhecida na escola, treina cinco horas por dia, com um simpático sorrisinho nos lábiosTambém ressente de patrocínioO pai é funcionário da UFMG e ajuda com o que podeA mãe, dona de bufê, faz bingos e rifas para bancar as viagens da menina quando convidada a participar de competições fora da Grande BH“Sou mineira, não desisto”, diz a garota, de olho no Mundial da categoria, ano que vem, em Cancún (México)“Se a ginástica aeróbica fosse modalidade olímpica, com certeza estaria dentro.”
Ppromessa
A mãe, enfermeira, é responsável por essa promessa do esporte“Depois das aulas, ficava em casa, sem nada para fazerMinha mãe entendeu que precisava fazer alguma coisa, praticar esporte, por exemploFui para o vôleiNo início, nem gostavaMas fui pegando jeito e passei em testes no Olímpico, no Makenzie e no MinasPreferi o Minas, pela estrutura.” Mesmo jogando em clube, levar o esporte adiante não é fácil para Thais, que cursa o últim ano do ensino médioEla precisa comprar material e as viagens são bancadas pelas jogadorasÉ outra que só chegou aonde está pelo esforço da família.
Incentivo na sala de aula
A caminhada vitoriosa das três meninas não seria possível também sem o apoio da Escola Municipal Dona Quita, hoje uma referência na rede pública de ensinoMas o que elas já fizeram faz brilhar os olhos de Daniel Werneck, professor de educação física da escola“O que a gente faz aqui é investir no ser humano, não propriamente em um atleta vencedorO surgimento delas foi pelo talento natural.” Essa formação ciadadã vem da forma como Karla Regina e seu corpo docente conduzem o ensino, de forma participativa, na qual os estudantes têm vez e voz nas decisões
Quem se habilita a patrocinar uma dessa três campeãs, possíveis motivos de muitas comemorações dos mineiros no arco e flecha, na ginástica aeróbia e no vôlei? Dou-lhe uma, duas…E o martelo fica no ar à esperam da terceira batida
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