Jornal Estado de Minas

Quadrilha suspeita de faturar até R$ 500 mil com golpe chupa cabra é presa no Gutierrez

Trio atuava principalmente na Região Oeste e era monitorado a vários dias pela PM

Clarisse Souza Alfredo Durães

  Trio instalava máquina chupa cabra em caixas eletrônicos e induzia as vítimas a ligar para um número falso, a fim de conseguir a senha do cartão - Foto: Paulo Filgueiras/EM/DA.Press

 

Uma investigação policial levou a prisão de três pessoas suspeitas de integrar uma quadrilha que aplicava um golpe conhecido como “chupa cabra” em agências bancárias em Belo HorizonteO trio já estava sendo monitorado por uma equipe da Polícia Militar e foi surpreendido no momento em que tentava aplicar o golpe em um caixa eletrônico do Banco do Brasil, no Bairro Gutierrez, Região Oeste da capitalSegundo a PM, a quantia roubada pelo grupo pode chegar a R$ 500 mil.

Um vídeo feito pelo sistema de videomonitoramento de uma agência bancária em janeiro foi uma das ferramentas usadas pela polícia para identificar os suspeitosDe acordo com o sargento do 5° Batalhão Kleverson Barbosa, responsável pela operação, os militares tinham a informação de que a quadrilha atuava principalmente na Região Oeste da capital e que voltaria a agir na manhã deste domingo

Uma equipe descaracterizada acompanhou o grupo e flagrou o momento em que Simone Monise, de 29 anos, tentava aplicar o golpe em uma assistente social de 38 anosSegundo o grupo atuava em três etapasEm um momento de pouca movimentação, eles entravam na agência bancária e colocavam adesivos na tela dos caixas eletrônicos, informando que os equipamentos estavam em manutençãoApenas dois eram mantidos sem o letreiroEnquanto isso, uma pessoa instalava a máquina chupa cabra em um dos equipamentos sem placa.

A suspeita é de que a quadrilha atuava desde janeiro na capital - Foto: Paulo Filgueiras/EM/DA.PressPara fazer com que a vítima caísse no golpe, Simone ocupava o único caixa sem alterações, o que fazia com que o cliente do banco usasse o equipamento com o chupa cabraAssim que o cartão magnético ficava retido, a suspeita intervia“Ela conversava com a pessoa, dizia que já havia passado pela mesma situação e indicava um telefone informado no adesivo

Quando a vítima ligava, um outro integrante da quadrilha atendia e se identificava como funcionário do banco”, explica o sargentoDepois disso, o criminoso informava que o cartão seria bloqueado e solicitava a senha da conta para concluir a operação

Assim que a vítima deixava a agência, o grupo retirava o cartão da máquina com o uso de uma chave especialA PM suspeita que o dinheiro roubado era usado em viagens, já que foram encontradas várias fotos no celular de Simone em que o grupo aparece em clubes e pontos turísticos.

Outros dois suspeitos foram presos enquanto davam cobertura à comparsaJosé Maria Botelho, de 51 anos, estava do lado de fora da agência e tentava fugir em um carro quando foi abordadoEle é de São Paulo e já cumpriu pena de quatro meses por estelionato

Neste momento, militares acompanham Charles Clóvis dos Santos, de 34, que deu detalhes à polícia sobre a existência de outros equipamentos guardados em uma casa em Betim, na Grande BHEle estava dentro da agênciaEles serão encaminhados para a Central de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan)