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Estado de Minas

Inventário cataloga na capital 170 mil árvores; murtas são maioria nas ruas

Dados preliminares do inventário das árvores mostram que planta predomina em três regiões da capital, deixando a sibipiruna em segundo lugar. Trabalho deveria ter sido concluído em 2011


postado em 20/08/2013 06:00 / atualizado em 20/08/2013 08:27

Pequena murta na Rua Alfenas, no Bairro Cruzeiro, disputa espaço no passeio com sacos de lixo(foto: JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A PRESS )
Pequena murta na Rua Alfenas, no Bairro Cruzeiro, disputa espaço no passeio com sacos de lixo (foto: JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A PRESS )
A paisagem urbana mostra a sua força e expõe suas carências. Os primeiros resultados do Inventário de Árvores de Belo Horizonte, com 170 mil espécimes catalogados, revelam que a murta (Murraya exotica L.) e sibipiruna (Caesalpina peltophoroides Benth) predominam em ruas e avenidas da regiões Oeste, Leste e Noroeste da cidade. A árvore símbolo de BH, a quaresmeira (Tibouchina granulosa Cogn), com suas folhas arroxeadas, também ganha destaque, da mesma forma que o ipê rosado (Tabebuia pentaphylla Hemsl), com número expressivo na Região Oeste. Os dados sobre parte do inventário serão divulgados hoje pelo vice-prefeito e secretário municipal de Meio Ambiente, Délio Malheiros. Reivindicado há anos por ambientalistas e moradores, o trabalho deveria ter ficado pronto em 2011 e apresenta, além dos tipos de árvores, informações sobre as condições atuais, doenças e outros problemas das plantas.


De acordo com os dados preliminares do levantamento, há 31.098 árvores na Região Leste; 58.947 na Noroeste; 53.258 na Oeste; e 16.660, na Centro-Sul (em andamento), sendo 13,3 mil murtas e 10,3 mil sibipirunas. Na Centro-Sul, a murta não é das preferidas, ficando em primeiro lugar o jerivá (Syagrus romanzoffiana Glassman). Os técnicos acreditam que o número estimado de 300 mil árvores plantadas nas noves administrações regionais será superado até o fim do serviço. Atualmente, as equipes trabalham na Região Centro-Sul e, por isso, Malheiros vai comemorar o “sucesso” da iniciativa, conforme nota distribuída ontem, na esquina das ruas Kepler e Sagitário, no Bairro Santa Lúcia. No local, será catalogada a árvore número 170 mil.

Basta andar pela cidade, ainda mais neste tempo seco, com os galhos sem folhas e cores, para ver a situação de vulnerabilidade da flora urbana. E, mesmo assim, as copas oferecem alguma sombra aos moradores e comida aos pássaros. De porte pequeno, a murta está presente na Rua Alfenas, no Bairro Cruzeiro, na Região Centro-Sul. Na tarde de ontem, era possível ver, no passeio, por volta das 17h, uma fila extensa de sacos de lixo. Mas um sabiá encontrou nas frutinhas vermelhas o alimento perfeito para a sua dieta. Ficou ali durante longo tempo, bicou o que pôde, até bater em retirada ao sentir muito movimento. De acordo com a PBH, a murta já não é mais plantada na cidade, sendo as existentes muito antigas.

Ipês-amarelos e quaresmeiras da Avenida Agulhas Negras, no Mangabeiras, começam a perder as flores(foto: JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A PRESS )
Ipês-amarelos e quaresmeiras da Avenida Agulhas Negras, no Mangabeiras, começam a perder as flores (foto: JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A PRESS )
O inventário, também chamado de recenseamento, mostra que os ipês, símbolo do Brasil na cor amarela, representam 8% das árvores nas três regionais. Nesse tempo seco, muitas delas já perderam as flores brancas, roxas, amarelas e rosas, que dão o tom de agosto na capital e interior. Na Avenida Agulhas Negras, no Bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul, é possível ver alguns espécimes, da mesma forma que quaresmeiras mostrando as últimas flores.

 

Longa espera

Em dezembro de 2009, foi assinado um convênio entre a PBH e Cemig para elaboração do inventário, com previsão de término em 2011. Esperado há muitos anos – as árvores plantadas inadequadamente nas ruas ou em situação de risco oferecem sérios problemas, principalmente na temporada de chuvas e ventos fortes –, o inventário foi divulgado como instrumento para catalogar toda a flora urbana, verificando as condições do tronco, copa, além de cadastramento de cada uma com o nome popular e científico, altura e outros dados importantes. O trabalho inclui planejamento, serviço de campo e o inventário.


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