Jornal Estado de Minas

Sem-terra saem para julgamento da Chacina de Felisburgo e complicam trânsito

Os integrantes do movimento pretendem ficar na porta do Fórum Lafayette até o fim do julgamento

João Henrique do Vale
Manifestantes vão ficar na porta do Fórum Lafayette até o fim do julgamento - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press

Integrantes do Movimento dos Sem-Terra saíram em passeata na manhã desta quarta-feira pelas ruas de Belo HorizonteO grupo saiu do pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), onde estavam acampados desde a tarde de terça-feira, e  seguiram para o Fórum Lafayette, no Barro Preto, onde está marcado para acontecer o julgamento dos acusados de participação na Chacina de Felisburgo, no Vale do JequitinhonhaO crime aconteceu há quase nove anos, quando cinco trabalhadores sem-terra foram assassinados e 12 feridos a tiros

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De acordo com a BHTrans, os manifestantes saíram da ALMG e seguiram para a Avenida Augusto de Lima, o que deixou o trânsito lento na regiãoOs manifestantes pretendem ficar no local até o fim do julgamento“Estamos fazendo uma passeata ao redor do fórum e vamos ficar por aqui até o finalVamos lanchar, almoçar e se preciso até acampar aqui na porta”, afirma Enio Bohnenberger, integrante do MST

O julgamento ainda poderá ser adiado pela terceira vez somente este anoSegundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, a defesa de Adriano Chafik - acusado de ser o mandante do crime -, entrou com pedido de adiamento da sessãoA razão do pedido ainda não foi informada pelo TJ e nem pelo Ministério Público, responsável pela acusaçãoAinda segundo o Tribunal de Justiça, a decisão sobre o possível adiamento só deve ser tomada na abertura da sessão


Caso isso aconteça, o MST pretende pedir a prisão preventiva de Chafik“Se não houver o comparecimento do acusado, vamos pedir a prisão preventiva dele, pois entendemos que ele representa um risco para a sociedade”, diz Bohnenberger

Adriano Chafik, Washington Agostinho da Silva, Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira e Milton Francisco de Souza respondem por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e incêndio, podendo pegar, cada um, até 30 anos de prisãoUm quinto réu, Admilson Rodrigues Lima, morreu no decorrer do processoA expectativa é de que mais de 700 ativistas do MST acompanhem o julgamento