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Estado de Minas

Número de feridos em acidentes nas vias da capital cresce 45,5%


postado em 22/08/2013 06:00 / atualizado em 22/08/2013 07:17

 

Trevo do Belvedere na Avenida Nossa Senhora do Carmo, no Bairro Sion, já foi palco de muitas colisões(foto: João Miranda/Esp. EM/D.A Press)
Trevo do Belvedere na Avenida Nossa Senhora do Carmo, no Bairro Sion, já foi palco de muitas colisões (foto: João Miranda/Esp. EM/D.A Press)

 

As obras destinadas a melhorar a mobilidade espalhadas pela capital e a ampliação constante da frota de veículos, sobretudo de motocicletas, podem ter criado ainda mais pontos de concentração de acidentes em Belo Horizonte, além dos 95 apontados pelo Detran-MG. De acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS), entre o primeiro semestre de 2011, ano em que o mapeamento dos atropelamentos e batidas começou a ser feito, e o mesmo período deste ano, houve aumento de 45,5% no número de pessoas internadas por acidentes com veículos em BH. Há dois anos, eram 2.228 e passaram a 3.242, número que supera, em 15%, as 2.819 internações ocorridas no ano passado.

Na análise do coordenador-geral do Núcleo de Transportes da UFMG (Nucletrans), professor Ronaldo Guimarães Gouvêa, as obras de mobilidade podem ter algum efeito sobre os acidentes com os pedestres, mas inicialmente são para implantar o novo sistema de transporte por ônibus, o Move, e não para tornar as vias mais seguras. “Se o projeto do Move for seguido, deve haver uma melhoria para os pedestres. O problema é que estou achando que o ritmo das intervenções está muito lento. Quando isso ocorre, o que temos visto é o abandono de partes importantes do projeto, como as que garantem segurança, em nome do cumprimento de prazos”, disse.

Outro cruzamento que deixa os motoristas apreensivos fica na Nossa Senhora do Carmo com Rua Rodrigues Seabra, no Bairro Sion, Região Centro-Sul, local conhecido como Trevo do Belvedere. O local já foi palco de várias tragédias, como o acidente em que morreu o administrador Fábio Pimentel Fraiha, de 20 anos, atingido por dois veículos, cujos motoristas foram acusados de estarem disputando um pega naquele cruzamento, no ano passado. “São muitos acidentes leves causados por falta de atenção dos motoristas”, conta o soldado Rodrigo Vieira, do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, que fica diariamente no Trevo do Belvedere das 14h às 19h, junto com fiscais da BHTrans, para coibir o tráfego de caminhões e carretas.

O movimento de veículos é intenso no trevo. Os carros que descem a Rodrigues Seabra para entrar na Nossa Senhora do Carmo, no sentido Savassi, muitas vezes não respeitam o sinal de parada obrigatória e são surpreendidos pelos veículos que sobem a avenida e fazem o retorno para pegar o sentido contrário. Muitos motoristas ficam irritados e disparam a buzina. “Sempre passo de carro por esse local e já presenciei vários acidentes e também assaltos. Isso tem que melhorar”, reclama o médico Márcio Cardoso, de 48.


Enquanto isso... Senado aprova
isenção fiscal

O Senado aprovou ontem projeto que zera as alíquotas do PIS/Pasep e Cofins que incidem sobre o transporte público no país. O objetivo é reduzir o preço das tarifas de ônibus, metrô, barcas e trens que circulam nos centros urbanos. O projeto segue agora para sanção da presidente Dilma Rousseff. O governo acelerou a votação do projeto no Senado depois que a pressão popular pela queda nas tarifas deu início às manifestações populares em junho. Ainda não há estimativa de qual será o percentual de queda das tarifas com a redução dos impostos, mas a previsão do senador Jorge Viana (PT-AC), relator do projeto, é diminuir em 4% o custo que incide sobre as passagens dos transportes urbanos. A presidente Dilma Rousseff havia encaminhado medida provisória com teor semelhante ao Congresso, mas o governo optou por acelerar a tramitação do projeto porque ele estava em fase mais avançada de análise que a MP. Em julho, o Senado aprovou projeto que permite que as desonerações concedidas pelos estados e municípios sejam abatidas de suas dívidas com a União, no limite mensal de 30%.


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