O trio acusado de integrar uma quadrilha que promoveu uma série de assaltos violentos na capital confessou à Justiça o crime de roubo, mas negou agressão às vítimas. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Fernando de Oliveira, de 29, Thiago Silva Santos, de 21, e Frederico Mendes Martins, de 27, foram ouvidos nesta quinta-feira pelo juiz da 2ª Vara Criminal do Fórum Lafayette, Haroldo André Toscano de Oliveira. Duas testemunhas também prestaram depoimento na audiência, a segunda do processo.
Os três homens foram presos em flagrante, em 29 de abril, depois de cometerem dois assaltos nos bairros Belvedere e Santa Lúcia, Região Centro-Sul de BH. No entanto, segundo a polícia, eles formam uma quadrilha com outros dois criminosos e foram responsáveis por diversos assaltos a residências, inclusive arrastões em prédios residenciais, começando pelas duas invasões ao prédio onde mora o jogador do Atlético Leandro Donizete, no Bairro Castelo, Região da Pampulha. Segundo a polícia, após a prisão do trio, pelo menos 22 vítimas de assaltos violentos os reconheceram como autores.
Nos dois assaltos ocorridos no Belvedere em abril, quando o trio foi preso, moradores e funcionários de duas casas do bairro foram agredidos e ameaçados de morte pelos assaltantes. Em um dos ataques, o dono da casa teve a orelha espremida por um alicate para que abrisse o cofre para os bandidos. No outro, um engenheiro foi agredido na cabeça com vasos de cerâmica. Entre as vítimas estava um professor norte-americano, que foi espancado, e a filha de um comerciante sofreu tentativa de estupro.
Segundo o TJMG, Fernando admitiu roubo no Santa Lúcia, mas afirmou que nenhuma vítima foi agredida. Ele contou ao juiz que na véspera do assalto ele e os dois comparsas foram a uma boate, onde consumiram bebidas alcoólicas e cocaína até as 6h. Thiago, por sua vez, fez o mesmo relato e negou tanto as agressões quanto a tentativa de estupro que pesa contra ele. Frederico, por sua vez, manteve a versão, ressaltando o encontro na boate e o uso de drogas, e salientando que a tentativa de assalto foi frustrada. Conforme apontado pela polícia, os três se conheceram na cadeia e decidiram se unir para praticar crimes.
Acusação e defesa têm agora prazo de cinco dias consecutivos para apresentar recursos ou demais peças ao processo. Após este período, o juiz irá proferir a sentença. Dez testemunhas de acusação e defesa já haviam sido ouvidas na primeira audiência, realizada em 31 de julho. Os três acusados seguem presos no presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Grande BH.