Cléber Martins andava de um lado para o outro, aflitoNa manhã de ontem, em Belo Horizonte, enquanto participava de reunião entre o Ministério da Saúde e prefeituras mineiras que devem receber bolsistas do programa Mais Médicos, o secretário de Saúde de Ibiaí soube que a profissional designada para o município do Alto Paranaíba havia desistido“Estamos apavoradosEla mora em Montes Claros e acabou de me ligar, dizendo que está se preparando para fazer residênciaEntão, por que se inscreveu? Devia ter pensado nisso antes”, reclamou.
O profissional destinado a outra cidade mineira, Virgem da Lapa, no Vale do Jequitinhonha, também desistiu, informou ontem o ministério“Não estava sabendo dissoEle era formado na EspanhaA previsão era que atendesse 150 pacientes por semanaFicamos decepcionados e preocupadosTemos carência muito grande de médicos”, afirmou o secretário de Saúde do município, Patrick Warner Martins Murta
Os dois casos contribuíram para reduzir a 86 a quantidade de bolsistas confirmados para Minas, 71 formados no Brasil e 15 no exterior
As desistências se juntam aos 13 médicos com diploma estrangeiro que estavam confirmados para Minas em balanço divulgado no dia 14, mas acabaram não apresentando documentos exigidos para a conclusão do processo de cadastramento, segundo o ministérioOs municípios prejudicados com as baixas ficam de fora da lista dos beneficiados pela primeira rodada de inscrições do programa federal
Eles terão que aguardar o resultado da segunda fase de seleção, que foi aberta segunda-feira e termina no dia 30Os profissionais formados no Brasil devem começar a trabalhar em 2 de setembroO ministério informou que os formados no exterior designados para Minas começam a chegar amanhã a BH, onde devem participar de treinamento supervisionado pela UFMG entre os dias 26 deste mês e 13 de setembroEsse grupo passar a atuar em 16 de setembro.
Língua portuguesa
O secretário de Atenção à Saúde do ministério, Helvécio Magalhães, acredita que o baixo número de bolsistas confirma uma carência de profissionais no Brasil“Temos enorme deficiência na oferta de médicos”, afirmou na reunião na manhã de ontemEle voltou a defender a vinda de estrangeiros, inclusive dos 4 mil cubanos que devem chegar até o fim do ano e cuja contratação foi anunciada quarta-feira pelo ministro de Saúde, Alexandre Padilha
Magalhães rechaçou a crítica de que os médicos caribenhos poderão ter problemas para falar e compreender a língua portuguesa“Todos eles falam portuguêsJá trabalharam em Portugal e em países da África em que se fala português”, ressaltou.
As prefeituras têm até segunda-feira para confirmar a participação dos profissionais selecionados e indicar as unidades de saúde onde eles vão atuarOs gestores também devem informar a forma de custeios da moradia e da alimentação dos bolsistas, além de oferecer o traslado do aeroporto até o município de destino.
No caso de locais de difícil acesso, ainda devem oferecer transporte diário da moradia do médico até o local de trabalhoOs selecionados pelo Mais Médicos recebem bolsa de R$ 10 milO ministério ainda concede ajuda de custo em três valores: R$ 30 mil para quem atuar na Amazônia Legal, em regiões de fronteiras e áreas indígenas; R$ 20 mil para quem trabalhar no Nordeste do país, no Centro-Oeste e, em Minas, no Vale do Jequitinhonha; de R$ 10 mil para os demais municípiosEm todo o país, 1.338 bolsistas devem ir para 514 cidades.
Saiba mais
Medida provisória
O programa Mais Médicos foi instituído em medida provisória pela presidente Dilma Roussef em 8 de julhoOs profissionais selecionados devem trabalhar por três anos na área de atenção básicaA iniciativa prioriza municípios do interior e periferias de grandes cidadesOs formados no exterior não precisam revalidar o diploma, etapa exigida para os que não participem do programa e queiram atuar no BrasilOs bolsistas vindos de fora, porém, precisam obter registro provisório expedido por conselho regionais de medicina.
Medida provisória
O programa Mais Médicos foi instituído em medida provisória pela presidente Dilma Roussef em 8 de julhoOs profissionais selecionados devem trabalhar por três anos na área de atenção básicaA iniciativa prioriza municípios do interior e periferias de grandes cidadesOs formados no exterior não precisam revalidar o diploma, etapa exigida para os que não participem do programa e queiram atuar no BrasilOs bolsistas vindos de fora, porém, precisam obter registro provisório expedido por conselho regionais de medicina.