A remoção das capivaras que vivem no entorno da Lagoa da Pampulha, responsáveis por danos ao jardins concebidos pelo paisagista Burle Marx, não deve ocorrer no mês que vem, antes do período chuvoso, como previa inicialmente a Prefeitura de Belo HorizonteSegundo o gabinete do vice-prefeito, Délio Malheiros, houve atraso na entrega dos editais que definirão como será enfrentado o problema, que estão sendo elaborados em conjunto com a Fundação Zoobotânica
O primeiro edital definirá o levantamento dos animais e o plano de manejoO gabinete do vice-prefeito informou que será preciso verificar a quantidade de capivaras novamente, pois os dados disponíveis são de três meses atrás, quando havia 170 delas na Pampulha
Em seguida, sairá o edital de licitação para a escolha da empresa responsável pela retirada dos roedores, com base em um estudo biológico e sob supervisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)O órgão informou ter analisado o plano de referência da Prefeitura de BH, a respeito do qual fez algumas orientações.
A Fundação Zoobotânica informou que trabalha em apenas um item do edital, referente às exigências para a empresa que pretenda fazer o manejo das capivarasNão há prazo para que ele seja concluídoAlém do remanejamento de 90% dos animais, a empresa que vencer a licitação deve fazer o controle do número deles na lagoaOs capturados serão avaliados, e os doentes serão abatidos e cremadosA destinação dos demais roedores recolhidos ainda não foi definidaTodo o processo custará cerca de R$ 500 mil, segundo uma estimativa da prefeitura
Ativistas recorrem ao Ministério Público
O Movimento Mineiro pelos Direitos Animais pretende entrar com representação no Ministério Público de Minas Gerais contra a Prefeitura de BH, por discordar das providências adotadas pelo município para tratar da questãoA integrante da organização Adriana Cristina Araújo disse que trabalha com técnicos na elaboração de nova proposta, que prevê a manutenção das capivaras na Região da PampulhaO movimento pede a castração dos animais, que receberiam microchips“Eles devem ser mantidos ali com saúde e sem pôr a população humana em risco”, diz Adriana.
Especialistas, no entanto, afirmam que é necessária a retirada de parte dos roedores da Pampulha, devido à falta de predadores naturais, como as onças-pintada e pardasSegundo o biólogo e conselheiro da Associação Mineira de Defesa do Ambiente Francisco Mourão, as capivaras se reproduzem em excesso e provocam transtornos, como a danificação dos jardins e a disseminação de carrapatos que podem transmitir doenças“Ali poderia ser combinada uma série de ações: esterilização, remoção de parte da população e controle dos carrapatosIsso nos permitiria conviver com número de animais que seja compatível com o espaço e com o uso das áreas marginais”, diz.
O roedor