Jornal Estado de Minas

Advogado diz que morte de bailarino foi motivada por assédio a um dos réus

O advogado Maurício Campos Júnior, que defende os réus, afirmou também que testemunhas tiveram medo por causa do clamor público que o fato tomou

João Henrique do Vale
Pai e filho são julgados pelo assassinato do bailarino Igor Leonardo Xavier, - Foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press

O ex-secretário da Secretaria de Defesa Social (Seds), o advogado Maurício Campos Júnior, que defende o zootecnista Ricardo Athayde Vasconcellos e do filho dele, Diego Rodrigues Athayde, acusados de matar a tiros o bailarino Igor Leonardo Xavier, em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, fez a suas explanações na tarde desta terça-feiraO defensor afirmou que o crime foi motivado pelo assédio da vítima a DiegoTambém disse que as testemunhas tiveram medo do clamor público que o fato tomou

Durante aproximadamente duas horas, o advogado falou com os juradosEle criticou a atitude do promotor Gustavo Fantini, que afirmou que Ricardo já conhecia a vítima e até mantinha um relacionamento amoroso com elaPara o defensor, as insinuações sobre a homossexualidade de seu cliente são absurdas e foram usadas para desmoralizar o réu

Para o advogado, o bailarino fez interpretações equivocadas do ambiente no dia do crime, já que assediou Diego, considerado pelo defensor como uma pessoa ingênuaMaurício Júnior afirmou que o fato de a vítima ter 'bolinado' o filho de Ricardo motivo do crimeNesse ponto, voltou a criticar a acusação, que teria usado a motivação como qualificadora fútil

O defensor disse que o motivo não é fútil e que a atitude do réu expressa o valor moral, não só dele, ou de Montes Claros, mas de toda a sociedade

Outro ponto explanado pelo defensor foi o clamor público que o fato tornou
Segundo ele, algumas testemunhas do caso tiveram medo de serem impopulares ou desagradarem devido à repercussão que o fato tomouCompletou dizendo que, por causa disso, o julgamento teve de ser transferido de Montes Claros para Belo Horizonte para não interferir na opinião dos jurados

Maurício Campos também chegou a elogiar o promotor Gustavo Fantini, por ele pedir a absolvição de DiegoEle explicou que o réu não chegou a ser indiciado pela delegacia de Montes Claros pelo homicídio por falta de provas

A palavra voltou novamente para o promotor, às 17h56Ele terá duas horas para fazer a réplicaEm seguida, a defesa terá o mesmo tempo para a tréplicaNa sequência, os jurados se reúnem para decidir se condenam o absolvem os réus