Dois acusados de integrar um grupo de extermínio que matou 21 pessoas entre 2004 e 2009 em São José da Lapa e Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, continuarão atrás das grades. Nesta quinta-feira, o juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes condenou Maximiller Ferreira, conhecido como Max Cabuloso, e Robert Balbino Leonardi, o Betinho, a 20 anos de prisão em regime fechado.
Os dois réus foram ouvidos na manhã desta quinta-feira e negaram o crime. Robert, que de acordo com o processo teria dado fuga a Maximiller e outro criminoso, tentou arrumar um álibi. Ele disse que estava em um motel no momento do crime e que seu carro estava na oficina. Para tentar provar os fatos, apresentou notas fiscais.
O promotor do caso, afirmou, durante os debates, que as notas fiscais apresentadas pelo réu eram forjadas.
Absolvição
Em maio de 2012, Max e Robert foram absolvidos da acusação de homicídio de outras duas vítimas: T.F.S. e E.R.A. A absolvição se deu a pedido do próprio Ministério Público. Depois de interrogar os réus, o promotor de Justiça Gustavo Fantini explicou aos jurados que, no processo, há depoimentos apontando o envolvimento dos réus com o tráfico de drogas, mas não havia nenhuma prova concreta do envolvimento deles no duplo homicídio. O promotor destacou que não houve testemunhas presenciais do crime e que nem mesmo o laudo de necropsia ou o exame de balística foram juntados ao processo.
O promotor disse ainda que os acusados foram indiciados com base em depoimentos de testemunhas que “ouviram dizer” que eles eram os culpados. O promotor lamentou que, com tantos recursos científicos na polícia, o processo não tivesse provas técnicas ou mesmo depoimentos que assegurassem a participação da dupla no crime.