No batalhão, os médicos estão divididos em dois alojamentos, um masculino e um feminino, informa a assessoria da 4ª Região MilitarNo local, há cinco brasileiros e três brasileiras, um boliviano, um argentino, um espanhol, um mexicano, uma portuguesa e uma venezuelana, todos participantes do curso de acolhimento e avaliação, que os prepara para trabalhar em municípios do estadoEles estão dormindo em beliches e são transportados do batalhão para o curso em ônibus do Exército, segundo a corporação.
Um dos problemas é a falta de água no banheiro do alojamento feminino, segundo um dos “hóspedes”, o boliviano Davi Paes, formado em Cuba“As instalações do batalhão não têm problemas primordiaisTemos comida, água, camasO único problema é para as mulheres, que estão no segundo pisoO banheiro delas não tem água”, relatou ontem.
O secretário Helvécio Magalhães informou que os médicos também sofrem por causa dos rígidos horários seguidos pelos militares“Quem escolheu os alojamentos atuais foi o Ministério da DefesaOs médicos vão ser transferidos, vamos arrumar um alojamento melhor”, acrescentouA pasta, no entanto, afirmou que não há previsão de transferência dos bolsistas para outro local.
No encontro com os participantes do curso, Magalhães acalmou os profissionais em relação à hostilidade de entidades médicas brasileiras
Adaptação
Entre os que vêm de fora há oito brasileiros, em sua maioria formados na Espanha e em PortugalGraziele Simões, que é de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, e estava fora do país desde 1998, disse que não haver muitas diferenças entre a medicina daqui e a do exterior“Precisamos apenas nos adaptar ao sistema”, avaliou.
Em entrevista coletiva, o secretário Helvécio Magalhães comemorou a vitória do governo na Justiça Federal sobre o Conselho Federal de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), que briga contra a obrigatoriedade do registro temporário aos bolsistas que não fizeram a revalidação do diploma e não têm certificado de proficiência em português“A Medida Provisória será convertida em lei até novembro, estamos seguros disso”, afirmou
Ele explicou ainda que os médicos terão a revalidação restrita do diploma e o registro provisório para atuação apenas nos municípios onde forem trabalhar nos próximos três anosEm relação ao repasse do salário dos cubanos ao governo de origem, o secretário disse que não se trata de questão ideológica, mas de uma decisão interna do de Cuba“A questão é de legislação, de tratado internacional e acordo bilateral
UFMG vai apoiar programa
A Universidade Federal de Minas Gerais anunciou ontem apoio ao Mais MédicosA decisão foi tomada pela congregação da Faculdade de Medicina, composta por representantes de funcionários, alunos e professoresA votação teve 22 manifestações a favor, uma contra e três abstenções.
A UFMG vai oferecer treinamento aos bolsistas, além de disponibilizar professores para acompanhamento dos estrangeiros no interior de MinasTambém poderá contribuir com acesso a informações por meio do Telessaúde, que coloca médicos em contato com centros universitários distantesSegundo o chefe do Departamento de Medicina Preventiva e Social da faculdade, Antônio Leite Alves Radicchi, a instituição espera agora que o Ministério da Saúde solicite os serviços.
Quando a vinda de estrangeiros foi anunciada pelo governo federal, a UFMG se posicionou contra, devido à dispensa da revalidação do diplomaDiante da explicou de que o Mais Médicos prevê uma revalidação restritiva, para que o profissional possa atuar apenas na cidade para a qual for designado, a congregação da faculdade se reuniu para debater o assunto e decidiu apoiar o plano(JF)