Um exemplo dos números do IBGE é a psicóloga Lucinda Mendonça, de 34 anos, que é filha única e tem 11 tios e 36 primos pelo lado materno. E poderia ter mais, já que a mãe dela fez seis abortos antes e um depois de seu nascimento. Mas se depender de Lucinda e do marido, Fabrício Lima, de 35, a conta de descendentes da família Mendonça não crescerá muito. Pais da pequena Larissa, de 1 ano e 9 meses, eles estão decididos a parar por aí.
“Sou filha única não por opção dos meu pais, mas amo ser assim. Desde que comecei a namorar, queria ter só um filho, até por questões financeiras. Para ter condições de cuidar da Larissa, só trabalho meio horário. Com mais um, isso não seria possível”, diz.
Próximas décadas
Minas tem 20.593.356 habitantes, 10,24% dos 201.032.714 do país. Mantém-se como segundo estado mais populoso, atrás de São Paulo (43,3 milhões), posição que não se modifica ao menos até 2030, último ano das projeções do IBGE. A população brasileira, que era de 199,24 milhões em 2012, cresce em ritmo cada vez mais lento. Do ano passado para cá, o aumento foi de 0,89%. Já entre 2041 e 2042, o acréscimo será de apenas 0,02%. Em 2042 a população chegará ao ápice de 228,351 milhões e para de se elevar. Em 2043, a tendência se inverte e, até 2060, haverá redução de 4,45%, chegando a 218,173 milhões, mesmo patamar de 2025.
Já a população mineira deve crescer 7,7% entre este ano e 2030, alcançando os 22,194 milhões. O índice é inferior aos 11% projetados para o Brasil. A cada ano, nasce menos gente no país. Em Minas, desde 2000 o número de nascimentos caiu 20,5%. Até 2030, a diminuição será de 19,8%. No país, a queda chegará a 51,52% até 2060.
“Essa redução já era esperada e se deve, principalmente, ao fato de a média de filhos por mulher vir decrescendo desde a década de 1970”, explica Luciene Longo, demógrafa e analista do IBGE. No país, a taxa de fecundidade é de 1,77, o que faz com que o país esteja abaixo da chamada taxa de reposição da população (2,1 filhos por mulher). O índice deve baixar para 1,51 em 2030 e para 1,50 em 2060. Minas tem o quinto menor índice do país, 1,63, que cairá a 1,45 em 2029. As mulheres continuarão a ter filhos cada vez mais tarde. No país, a média de idade com que dão à luz em 2013 é de 26,9 anos, e a projeção do IBGE é de que cresça para 28 anos em 2020 e 29,3 anos em 2030.