A colombiana e outra estrangeira, a peruana Graciela Aguilar, de 52 anos, eram os únicos feridos que permaneciam internados até o início da noite de ontem. Graciela também teve um trauma cervical, mas os exames não apontaram fratura na coluna. Segundo a assessoria do hospital, elas se chocaram contra o teto do avião no momento da turbulência.
O voo partiu às 18h11 (horário de Brasília) da Espanha e deveria chegar ao aeroporto internacional de Guarulhos às 4h55. Segundo relatos de passageiros, a turbulência ocorreu por volta da 1h, em região próxima à linha do Equador. Segundo a TAM, dos 15 feridos, três eram tripulantes da aeronave. Dos 168 passageiros, 121 embarcaram novamente para São Paulo em outro voo da TAM, no início da tarde.
O casal de Uberlândia (MG) relatou os momentos de tensão. “Foi horrível, eu não gosto de ficar lembrando, porque foi horrível. Eu bati com a cabeça e fez um galo. Muita gente se machucou, quem estava sem cinto machucou”, disse a funcionária pública Luciana Melo, de 48 anos. O marido dela, o gerente de obras Nilton Santos, de 50 anos, machucou as costas. “Achei que eu ia morrer. A primeira coisa que eu fiz foi pedir a Deus, rezei muito”, afirmou ele. Ambos embarcaram ontem mesmo para São Paulo, para pegar a conexão à cidade mineira.
Impacto
Os passageiros contaram que a turbulência foi muito forte e de rápida duração, cerca de 10 segundos, mas suficiente para que pessoas fossem arremessadas contra o teto do avião. "O suficiente para jogar longe todo mundo que estava sem cinto", afirmou o programador Ricardo Pontes, de 23 anos. Segundo ele, não houve tempo para que o aviso de colocar os cintos de segurança fosse acionado. “Teve gente que bateu e cortou a cabeça, que machucou o nariz. Várias partes do avião foram danificadas com o impacto da batida de cabeças. Muita gente entrou em pânico. Uns choravam e outros rezavam. Não aconteceu nada comigo porque eu estava sentado e usava cinto de segurança”, relatou Pontes. Segundo ele, muitos começaram a gritar, desesperados. “Deu um pouco de medo. Parecia que ia cair ou que o avião tinha batido em alguma coisa. Uma senhora que estava de pé, aguardando para ir ao banheiro, caiu em cima do próprio braço e teve uma fratura”, contou ele.
O advogado Ricardo Ramires, de 33 anos, conta que "o céu estava limpo" no momento do incidente. "Pelo que vi, não estava nublado, não tinha tempestade, nada disso. Simplesmente foi uma coisa repentina", disse. "Foi muito rápido, eu estava meio adormecido, não parecia que a gente estava em uma zona de turbulência. Teve uma quedinha pequena e de repente um estrondo, acho que foi mais das coisas que bateram. As pessoas que estavam sem cinto acabaram se machucando porque bateram no teto", lembra Ramires.
Logo após o episódio, bombeiros e uma médica a bordo prestaram os primeiros socorros aos feridos e o comandante decidiu pousar em Fortaleza. A maioria foi atendida no aeroporto. Em nota, a TAM afirmou que "lamenta o ocorrido e está prestando a assistência necessária a seus passageiros e funcionários".