O EM contatou 31 das prefeituras que receberiam os bolsistas e 13 delas relataram desistências ou casos de médicos que não apareceram nem deram explicaçãoO campeão de baixas é Caratinga, na Zona da MataNenhum dos cinco bolsistas destinados ao município assumiu suas funções e apenas dois se justificaram, segundo a Secretaria de Saúde localUm deles telefonou para dizer que não poderia se apresentar na segunda-feira, porque precisava cuidar de um familiar doenteApesar de ter afirmado que tinha interesse em trabalhar na cidade, não voltou a fazer contato.
O outro é Luiz Henrique Laguardia Rocha, de 26 anosEle ligou para a secretaria e, depois de ser informado que precisaria trabalhar como bolsista por três anos, como determina o programa, decidiu abandoná-lo“Tenho vontade de fazer residência em Belo HorizonteA prova vai ser aplicada em novembro e, se eu for aprovado, serei convocado em março
Das quatro médicas que atuariam em Passos, no Sul de Minas, uma começou a atender na segunda-feira e três desistiram ainda na primeira semana de agosto, quando contatadas pela Secretaria Municipal de SaúdeUma delas disse não saber que teria de atuar na atenção básica, como prevê o programaOutra esperava que, a cada 15 dias de trabalho, tivesse folga de igual duraçãoAcabou desistindo ao descobrir que não desfrutaria de tamanho descanso.
O médico escolhido para Bonito de Minas, no Norte do estado, não se contentou em receber a bolsa de R$ 10 mil, além dos auxílios para moradia, alimentação e transporte, que seriam pagos pela prefeitura“Ele mora em Montes Claros e disse que só viria se o município desse mais remuneraçãoQuando falamos que não seria possível, ele disse que não tinha interesse, pois recebe mais de R$ 10 mil em seu emprego atual”, relata a secretária municipal de Saúde, Suelen dos Santos Ferreira.
Também tiveram desistências Ubá (2), Raposos (1), Sete Lagoas (1), Ibiaí (1) e Ipatinga (1). As cidades onde médicos não se apresentaram foram Caratinga (4), Coração de Jesus (1), Coronel Fabriciano (1), Ipatinga (1), Betim (1), Santo Antônio do Jacinto (1) e Sabará (1).
O bolsista Gustavo Coutinho Bacellar, designado para BH, não deve assumirEle disse trabalhar há dois anos em um centro de saúde da capital“Estou entrando em férias e quero começar somente quando voltar, em outubro”, explicaSegundo o ministério, os bolsistas que não assumirem até o dia 12 serão desligados do programa.