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Estado de Minas

Mais Médicos tem quadro instável e 11 bolsistas já desistiram em Minas Gerais

Dos 72 bolsistas que deveriam ter começado a trabalhar em 42 cidades mineiras, 11 já desistiram, 10 nem se manifestaram e um deve abrir mão da vaga em BH


postado em 05/09/2013 06:00 / atualizado em 05/09/2013 06:39

Quarenta e dois municípios de Minas deveriam ter recebido na segunda-feira 72 bolsistas com registro brasileiro cadastrados no primeiro ciclo do programa Mais Médicos, segundo o Ministério da Saúde. Desse grupo, porém, ao menos 11 profissionais informaram que desistiram de participar, outros 10 não se apresentaram onde trabalhariam e um não deve assumir o posto, de acordo com levantamento feito pelo Estado de Minas. As 22 baixas representam 30,5% da lista inicial. As justificativas alegadas pelos candidatos são variadas e alguns mostraram desconhecer  regras do programa.


O EM contatou 31 das prefeituras que receberiam os bolsistas e 13 delas relataram desistências ou casos de médicos que não apareceram nem deram explicação. O campeão de baixas é Caratinga, na Zona da Mata. Nenhum dos cinco bolsistas destinados ao município assumiu suas funções e apenas dois se justificaram, segundo a Secretaria de Saúde local. Um deles telefonou para dizer que não poderia se apresentar na segunda-feira, porque precisava cuidar de um familiar doente. Apesar de ter afirmado que tinha interesse em trabalhar na cidade, não voltou a fazer contato.


O outro é Luiz Henrique Laguardia Rocha, de 26 anos. Ele ligou para a secretaria e, depois de ser informado que precisaria trabalhar como bolsista por três anos, como determina o programa, decidiu abandoná-lo. “Tenho vontade de fazer residência em Belo Horizonte. A prova vai ser aplicada em novembro e, se eu for aprovado, serei convocado em março. Não daria para cumprir o período de três anos”, explica o candidato.


Das quatro médicas que atuariam em Passos, no Sul de Minas, uma começou a atender na segunda-feira e três desistiram ainda na primeira semana de agosto, quando contatadas pela Secretaria Municipal de Saúde. Uma delas disse não saber que teria de atuar na atenção básica, como prevê o programa. Outra  esperava que, a cada 15 dias de trabalho, tivesse folga de igual duração. Acabou desistindo ao descobrir que não desfrutaria de tamanho descanso.


O médico escolhido para Bonito de Minas, no Norte do estado, não se contentou em receber a bolsa de R$ 10 mil, além dos auxílios para moradia, alimentação e transporte, que seriam pagos pela prefeitura. “Ele mora em Montes Claros e disse que só viria se o município desse mais remuneração. Quando falamos que não seria possível, ele disse que não tinha interesse, pois recebe mais de R$ 10 mil em seu emprego atual”, relata a secretária municipal de Saúde, Suelen dos Santos Ferreira.


Também tiveram desistências Ubá (2), Raposos (1), Sete Lagoas (1), Ibiaí (1) e Ipatinga (1).  As cidades onde médicos não se apresentaram foram Caratinga (4), Coração de Jesus (1), Coronel Fabriciano (1), Ipatinga (1), Betim (1), Santo Antônio do Jacinto (1) e Sabará (1).


O bolsista Gustavo Coutinho Bacellar, designado para BH, não deve assumir. Ele disse trabalhar há dois anos em um centro de saúde da capital. “Estou entrando em férias e quero começar somente quando voltar, em outubro”, explica. Segundo o ministério, os bolsistas que não assumirem até o dia 12 serão desligados do programa.


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