Com a implementação do novo leiaute Feira de Arte e Artesanato da Avenida Afonso Pena, no Centro de Belo Horizonte, que adota medidas de segurança indicadas pelos bombeiros, os feirantes passam a atuar como brigadistas de incêndio. Ao todo, são 2.169 expositores, sendo que 690 serão treinados para atuar em situações de risco. Até agora, 350 se inscreveram para participar do curso e a prefeitura pode enfrentar dificuldades para conseguir os brigadistas voluntários.
O novo esquema de montagem das barracas, que começou a ser implantado em agosto, tem mais espaço para a circulação do público e corredores de segurança. Os lugares de cada barraca já estão definidos e as demarcações estão em andamento, para que em breve as novas instalações sejam concluídas.
O leiaute foi aprovado pelos bombeiros em abril de 2010, mas as divergências entre feirantes e a administração municipal impediram a adoção. Enfim, uma decisão judicial determinou a implementação imediata da nova configuração acrescida do plano de segurança, com número dos corredores aumentado, além de sinalização para saídas de emergência e instalação de hidrantes e de 80 extintores de incêndio.
De acordo com a Portaria 14/2013, em vigor desde 30 de agosto, a guarda e conservação, durante o horário de funcionamento da feira, dos equipamentos de prevenção e combate a incêndio (extintores e placas de sinalização de rota de fuga) são de responsabilidade dos expositores. O feirante que ocupa vaga perto dos equipamentos deverá integrar a brigada de incêndio e fazer curso ministrado por empresa habilitada no ramo, contratada pela Secretaria de Administração Regional Municipal Centro-Sul.
Para Alan Vinicius, a PBH terá muita dificuldade em encontrar 690 voluntários e deverá conseguir por meio próprio o número de brigadista para cumprimento da lei. A Asseap apoia as exigências dos bombeiros, mas questiona a inclusão de idosos na equipe de brigadistas. De acordo com a associação, não é um problema de confiança na capacidade dos idosos, mas uma questão objetiva de que essas pessoas devem ser preservadas em situação de risco e não partir para o combate.
A gerente de Feiras Permanentes da Regional Centro-Sul, Andrea Lúcia Bernardes Fernandes, disse que foi repassado aos profissionais um informativo sobre a brigada e os primeiros voluntários surgiram. Como o número ainda não é suficiente, a prefeitura vai conversar com os feirantes para incentivá-los a fazer parte do grupo. “O que é mais importante na brigada é a questão de desobstrução de corredores no momento de pânico, por exemplo, coisa que um idoso pode fazer tranquilamente. Realmente o número de expositores mais velhos é grande”, confirma a gerente.
Assim que conseguir os 690 inscritos, a PBH vai abrir licitação para contratar a empresa responsável pelo curso. A gerente está otimista em relação ao voluntariado e se for necessário serão chamados a participar os montadores de barracas, auxiliares de fiscalização e outros profissionais que atuam na feira todo domingo. O objetivo, de acordo com Andrea Lúcia, é conseguir um número de brigadistas maior que o determinado em lei para garantir substitutos em caso de ausências.